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Entenda o que é um enfisema pulmonar, doença que levou o ator Pedro Paulo Rangel à morte

O ator morreu nesta quarta-feira, 21, aos 74 anos, após meses internado. Ele enfrentava a doença pulmonar crônica causada pelo tabagismo há duas décadas

21 dez 2022 - 11h56
(atualizado às 14h30)
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S11 SP 09-08-05 CADERNO2 OE PEDRO PAULO RANGEL NA PECA SOPPA DE LETRA. FOTO GUGA MELGAR/DIVULGACAO FOTO DIVULGACAO
S11 SP 09-08-05 CADERNO2 OE PEDRO PAULO RANGEL NA PECA SOPPA DE LETRA. FOTO GUGA MELGAR/DIVULGACAO FOTO DIVULGACAO
Foto: Guga Melgar/Divulgação / Estadão

O ator Pedro Paulo Rangel morreu na madrugada desta quarta-feira, 21, aos 74 anos, por complicações de um enfisema pulmonar. Rangel, que estava internado desde o dia 30 de outubro, enfrentava a doença pulmonar crônica causada pelo tabagismo há duas décadas, segundo ele mesmo declarou em maio deste ano.

O enfisema pulmonar é uma doença degenerativa causada pelo tabagismo e/ou pela ingestão de toxinas presentes no ar poluído. Ela se caracteriza pela destruição do tecido dos pulmões, o que faz com que a pessoa não consiga respirar de forma eficiente.

"O enfisema pulmonar faz parte de uma entidade chamada doença pulmonar obstrutiva crônica, que a gente chama pela sigla DPOC, e está geralmente relacionada ao uso de cigarro", diz José Pereira Rodrigues, médico pneumologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Segundo o médico, a DPOC geralmente traz enfisema e bronquite, duas situações que caminham juntas. "Tem pessoas que têm mais o componente enfisematoso e pessoas que têm mais o componente bronquítico", explica.

Além de fumantes, também fazem parte do grupo de risco da doença pessoas que trabalham em fábricas que liberam muitos gases poluentes e aqueles que convivem constantemente com fumantes e por isso são fumantes passivos.

Diferença entre bronquite e enfisema pulmonar

Tanto o enfisema pulmonar quanto a bronquite dificultam as trocas gasosas, podendo gerar uma baixa oxigenação no sangue. Em alguns casos, elas podem causar uma hiperinsuflação do pulmão - quando o "ar velho", que não realiza troca gasosa, fica aprisionado.

Para explicar a diferença entre as duas doenças, o pneumologista utiliza uma analogia entre a estrutura do pulmão e uma árvore.

Os galhos das árvores, que carregam os gases, são como os brônquios. Já a copa - onde ficam as folhas, responsáveis pelas trocas gasosas - é a região dos alvéolos pulmonares, onde se dá o enfisema.

"Quando falamos especificamente do enfisema, estamos falando de contato com substâncias inalatórias tóxicas que agridem a superfície de troca gasosa, os alvéolos, fazendo com que a área de superfície para troca seja diminuída", explica o médico. "Com isso, menos oxigênio vai para o sangue e menos gás carbônico é eliminado pelos pulmões."

Já na bronquite, os canos que ligam o corpo aos alvéolos são inflamados e por isso têm menor capacidade de carregar oxigênio e gás carbônico.

Sintomas

Quem tem enfisema pulmonar geralmente sente falta de ar e cansaço, diz o médico. E quem tem bronquite tende a ter tosse com catarro e chiado no peito durante a respiração.

"O catarro provocado pela bronquite pode ter várias tonalidades e espessuras. Quanto mais espesso e escuro, maior é a inflamação brônquica", complementa.

Tratamento

O enfisema pulmonar não tem cura, mas tem um desenvolvimento lento. Por isso, quanto antes a pessoa descobrir a doença e eliminar o agente causador, seja parando de fumar ou deixando de trabalhar em local de risco de inalação de substâncias tóxicas, melhor.

Em alguns casos, os médicos podem receitar broncodilatadores para tentar eliminar o ar que fica aprisionado na região pulmonar de troca de gases, evitando a hiperinsuflação do pulmão.

Estadão
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