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Escalada da dengue leva à criação de centro de operações e hospital de campanha no DF

Ministério da Saúde pede que população auxilie na prevenção da doença, eliminando criadouros do mosquito Aedes aegypti

2 fev 2024 - 14h03
(atualizado às 15h29)
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Larvas do mosquito Aedes aegypti encontradas em piscina suja
Larvas do mosquito Aedes aegypti encontradas em piscina suja
Foto: iStock

A explosão de casos de dengue no país na última semana mobilizou as autoridades para tentar conter a disseminação da doença. Na quinta-feira, 1º, o Ministério da Saúde anunciou a criação de um Centro de Operações de Emergência (COE) para responder à crise. O Distrito Federal, uma das unidades da federação com maior alta no número de casos, vai criar um hospital de campanha para atender pacientes com a doença.

Dados do painel de arboviroses do Ministério da Saúde evidenciam o aumento dos casos de dengue nas primeiras semanas do ano. O pico de casos, até o momento, foi registrado entre os dias 14 e 20 de janeiro, com 79.872 ocorrências. O número é quatro vezes maior ao registrado na mesma semana de 2023. Os últimos dados disponíveis, referentes ao período de 21 a 27 de janeiro, mostram uma queda, mas o patamar elevado se mantém: foram 47.785 casos, o que é mais do que o dobro registrado em 2023.

A instalação do COE vai ampliar o monitoramento da doença e traçar estratégias específicas paras controlar a disseminação dos mosquitos transmissores e assistir os pacientes. A definição das medidas ocorrerá em conjunto com estados e municípios. O mecanismo foi anunciado pela ministra Nísia Trindade durante reunião da Comissão Tripartite do SUS, que reúne representantes federais, estaduais e municipais.

"É hora de prevenir e cuidar. Dengue é uma doença para qual o Sistema Único de Saúde pode operar de forma eficiente, evitando as mortes. Isso tem que ser uma tônica nossa nesse momento", disse a ministra.

O Distrito Federal é uma das unidades da federação onde o cenário é mais desafiador. No período de 14 a 20 de janeiro, o DF registrou 9.654 casos, 13 vezes mais do que os 730 notificados em 2023. De acordo com os dados mais recentes, de 21 a 27 de janeiro, apesar da queda, a quantidade de casos de dengue segue expressiva. Foram 8.045 casos neste ano, quase 12 vezes mais do que os 674 notificados no ano passado.

Na semana passada, o DF decretou situação de emergência devido à alta da dengue. Com o decreto, o governador, Ibaneis Rocha, terá mais flexibilidade para comprar insumos, materiais e contratar serviços para conter a crise. O decreto vai perdurar enquanto a situação sanitária causada por arboviroses no Distrito Federal não for estabilizada.

Para fortalecer a assistência aos pacientes, o governo do DF decidiu criar um hospital de campanha, que terá locais para hidratação e cerca de 60 leitos de internação. A unidade de saúde funcionará 24 horas por dia, mas ainda não há definição sobre onde será instalada. A estrutura será construída a partir de uma colaboração com a Aeronáutica, que fornecerá insumos e mão de obra.

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Vacinação contra a dengue

O Brasil comprou 5,2 milhões de doses de vacina contra dengue para imunizar a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O primeiro carregamento de vacinas, com 757 mil doses, chegou ao Brasil no dia 20 de janeiro. O próximo lote chega ao país neste mês, com 568 mil doses. A previsão é que até dezembro todas as vacinas tenham sido entregues. O governo também já contratou 9 milhões de doses para 2025.

A aplicação da vacina contra dengue começa neste mês em 521 municípios onde a dengue é endêmica, ou seja, tem grande incidência naquele território. A princípio, serão vacinadas somente crianças e adolescentes de 10 a 14 anos (faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue).

Durante reunião da comissão tripartite do SUS na última quinta-feira, a ministra Nísia Trindade ponderou que a vacina é muito importante, mas não é a principal resposta à crise nesse momento. Nísia afirmou que é preciso que a sociedade ajude no esforço de prevenção da dengue eliminando focos do mosquito.

"A vacina é uma esperança, um instrumento fundamental, mas não é uma resposta para situação de crise", disse ela, explicando que a imunização é feita em duas doses e com espaço de meses, de modo que a prevenção é a chave nesse momento.

Estadão
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