Especialista alerta para riscos da rinomodelação com ácido hialurônico
Rinomodelação com ácido hialurônico tem riscos de necrose e perda do tecido. Procedimento com fios de PDO pode ser mais indicado
O Brasil está entre os países que mais faz cirurgias plásticas no mundo. Além das próteses de silicone e da lipoaspiração, uma das intervenções mais feitas é a rinoplastia, mostrando que o nariz é um fator de incômodo para muitos brasileiros. No entanto, não é necessário passar por um procedimento definitivo para melhorar o contorno nasal, já que é possível optar pela rinomodelação.
Ao contrário da rinoplastia, a rinomodelação é um procedimento não cirúrgico feito com ácido hialurônico que possui duração máxima de dois anos. A escolha é ideal para quem deseja corrigir pequenas deformidades, alterar ou aumentar levemente a ponta nasal. Contudo, é preciso tomar cuidado.
Riscos da rinomodelação com ácido hialurônico
De acordo com a cirurgiã-dentista especializada em harmonização orofacial Dra. Patrícia Regina, a rinomodelação com ácido hialurônico pode causar oclusão de algum vaso sanguíneo do nariz - o que pode acontecer tanto com agulha, quanto com cânula.
"Com agulha o risco é ainda maior e pode ocorrer oclusão dos vasos sanguíneos. Isso porque, caso seja colocado muito produto, com o uso de cânula, não há um excesso de pele para acomodar a quantidade de substância. Isso pode ocasionar a compressão nos vasos", alerta a especialista.
Com isso pode se desenvolver um processo de necrose, justamente pela falta de circulação e oxigenação do tecido. "Seja por por conta de oclusão onde o ácido hialurônico entrou no vaso e interrompeu a circulação sanguínea ou por compressão, onde um vaso foi espremido e o sangue não circulou", explica a profissional.
Em ambas as situações, o quadro pode evoluir para uma morte tecidual, por falta de suporte de oxigênio. Dependendo da situação e do tempo que o profissional faz o diagnóstico da incidência, os danos podem ser irreversíveis, adverte a especialista em harmonização orofacial.
Alternativa mais segura
É importante levar em consideração que o ácido hialurônico atua apenas como um preenchedor e, portanto, não tem função de tratamento, ressalta Patrícia. Entender isso é o primeiro passo para evitar intercorrências em procedimentos que envolvem a substância. "Nesse contexto, temos como alternativa os fios de PDO, que são materiais bioestimuladores de colágeno e não vão apresentar o risco de uma oclusão arterial", explica a profissional.
Segundo ela, os fios de PDO melhoram a qualidade da pele, tratando fios, melhorando a espessura dérmica, bioestimulando a cartilagem do nariz e, assim, promovendo uma reestruturação do nariz, que vai acontecer progressivamente. "Ou seja, vai melhorando a cada vez até que o paciente fique satisfeito com o resultado, fazendo manutenção apenas a cada dois anos", afirma.
"Hoje vejo a rinomodelação com ácido hialurônico como uma técnica ultrapassada, e temos que acompanhar a evolução. Nesse caso, o mais recomendado são os fios de PDO, pois este é um produto mais seguro para se trabalhar", salienta a especialista.
A Dra. Patrícia não exclui o risco de infecção em rinomodelação com fios de PDO. "É claro, que existe o risco de infecção, mas aí é uma questão de cuidados tanto do paciente quanto do profissional na hora do procedimento. Apesar disso, sendo diagnosticado no início, não vai levar a um comprometimento sério como leva uma oclusão ou compressão nessa região tão delicada da face", afirma a cirurgiã-dentista.
Melhoria contínua
A profissional conta que, ao longo dos anos, desenvolveu uma técnica que economiza os fios de PDO, utilizando apenas dois, e proporcionando toda a reestruturação do nariz. Ela lembra que se trata de um material absorvível pelo organismo e que, portanto, pode ser usado novamente.
"A cada vez que passa, melhora a qualidade da pele, da cartilagem e deixa um aspecto mais bonito, sem precisar voltar à 'estaca zero', como no caso do ácido hialurônico. Em resumo, é como se fosse uma poupança de colágeno para espessura dérmica e cartilagem", finaliza a Dra. Patrícia Regina.