Especialista explica 3 mitos e verdades sobre a cirurgia robótica
A cirurgia robótica chegou no Brasil recentemente e, por isso, ainda é cercada de mitos e dúvidas sobre seu funcionamento
Você já imaginou uma cirurgia "feita" por robôs? A cirurgia robótica é mais um exemplo do avanço e a importância da inteligência artificial na área da saúde. O método chegou ao Brasil há pouco mais de um ano, e ajuda na redução do tempo de internação, diminui os riscos de infecção hospitalar e proporciona uma recuperação mais rápida.
E, desde que a Cirurgia Robótica começou a ser utilizada no Brasil, surgiram alguns mitos sobre o assunto - o que é extremamente comum quando algum assunto novo aparece, principalmente ligado à medicina. Pensando nisso, o Dr. Guilherme Berenhauser Leite, especialista em Cirurgia Robótica, separou algumas afirmações feitas para desmistificar o assunto.
De acordo com ele, apesar desse tipo de procedimento estar em sua fase inicial no Brasil, ele existe há mais de 20 anos. Confira alguns mitos e verdades esclarecidos pelo médico:
1. O robô opera sozinho
Na cirurgia robótica, o robô não opera sozinho. "Ele, na verdade, é uma ferramenta avançada controlada pelo cirurgião, que atua como se fosse uma extensão dos braços do cirurgião. O robô fornece uma interface precisa e ampliada para o cirurgião realizar procedimentos minimamente invasivos, mas é o cirurgião que toma todas as decisões e realiza as ações", explica o médico.
Segundo Guilherme, a tecnologia robótica nos permite realizar desde cirurgia simples até mesmo cirurgias de grande porte. Contudo, todas elas de maneira mínima minimamente invasiva, pois oferecem maior precisão, estabilidade e visibilidade, o que pode resultar em cirurgias mais seguras e eficazes. "Mas sempre com a supervisão e intervenção direta do médico", reforça.
2. A cirurgia para caso falte luz
Na cirurgia robótica, a falta de luz elétrica não é um problema significativo devido aos sistemas de redundância presentes nos hospitais. Estes sistemas garantem que a cirurgia continue sem interrupções.
"Os hospitais normalmente possuem sistemas de no-break que fornecem energia ininterrupta em caso de falha de energia, garantindo que os equipamentos cirúrgicos, incluindo o robô, continuem funcionando", afirma o especialista.
Além disso, os hospitais também contam com geradores de energia de backup que entram em ação em caso de falha no fornecimento elétrico. Esses geradores são capazes de manter a operação de todas as instalações essenciais do hospital, incluindo as salas de cirurgia, em pleno funcionamento.
"Graças a esses sistemas de redundância, muitas vezes não percebemos as situações de falta de luz, garantindo a segurança e a continuidade das cirurgias robóticas", destaca.
3. É uma opção para pacientes idosos, obesos e com casos de endometriose
"Sim, a correção da diástase abdominal por via robótica pode ser realizada em pessoas idosas,. Isto é desde que estejam em boas condições de saúde geral e tenham uma avaliação pré-operatória adequada", diz o Dr. Guilherme.
No entanto, é importante considerar que em pacientes idosos, o risco cirúrgico e os cuidados pré-operatórios podem ser um pouco mais complexos devido a possíveis condições de saúde pré-existentes, ressalta o profissional.