Eutanásia: o que se sabe sobre o procedimento?
Antonio Cicero, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), realizou o suicídio assistido nesta quarta-feira; então resolvemos te explicar o cenário no mundo e as diferenças entre ambos
Antonio Cicero, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), veio a falecer nesta quarta-feira (23). O poeta tinha 79 anos e decidiu fazer o suicídio assistido na Suíça. No momento, estava ao lado o marido, Marcelo Pies. A alternativa surgiu como uma solução para os problemas neurológicos que enfrentava por causa do Alzheimer, mas demorou um tempo até que tivesse a palavra final.
Onde a eutanásia é permitida?
Até a aprovação do procedimento, leva um longo tempo por causa do protocolo extenso. Por exemplo, no caso da Holanda - o primeiro país a legalizar a eutanásia - apenas pessoas que estiverem em sofrimento e sem saídas podem passar pelo processo. Além disso, pelo menos, dois médicos têm que dar o aval. Algo parecido acontece na Bélgica, o que difere é que as opiniões de um psiquiatra e de um médico da família são necessárias. Vale ressaltar que Luxemburgo, Espanha e Portugal são outros países que permitem a eutanásia.
Qual a diferença entre eutanásia e suicídio assistido?
Apesar de parecidos, a eutanásia e o suicídio assistido têm uma diferença que as caracteriza. Na eutanásia, é o médico que realiza o ato. Já no suicídio assistido, é o próprio paciente que ingere ou aplica a substância letal em si. Ademais, no caso da Suíça, por exemplo, - que não permite a eutanásia - não é necessário ter uma doença terminal, mas a pessoa deve estar com a mente sã e ter um desejo permanente de finalizar sua vida. Por outro lado, a análise também leva tempo e carece de laudos médicos e consultas com profissionais.
Eutanásia e suicídio assistido são permitidos no Brasil?
No caso do Brasil, não é permitido nem a eutanásia, tampouco o suicídio assistido. O país considera ambos como crimes e, por enquanto, não há projetos em vista que visam mudar este cenário.
Veja o comunicado publicado pela Academia Brasileira de Letras e a carta que Cicero deixou, clicando aqui.