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Exame detalhado confirma que lesão de Lula era benigna, diz médico que acompanha o presidente

Petista passou por cirurgia no domingo para retirada de leucoplasia nas cordas vocais; biópsia feita durante o procedimento já havia apontado que não havia sinais de malignidade

21 nov 2022 - 20h59
(atualizado às 22h06)
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Lula na COP27
Lula na COP27
Foto: Mohamed Abd El Ghany / Reuters

O exame detalhado da lesão retirada das cordas vocais do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou não haver câncer na região, revelou ao Estadão o médico Luiz Paulo Kowalski, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês que faz parte da equipe que acompanha o petista.

Lula passou por uma cirurgia na laringe na noite de domingo, 20, dias depois de receber o diagnóstico de uma leucoplasia, lesão caracterizada por uma massa branca que aparece nas mucosas. Como o presidente já teve câncer na região em 2011 e há risco de uma leucoplasia virar um tumor maligno em 10% dos casos, a equipe médica achou melhor remover o tecido lesionado para análise e prevenção.

A lesão foi examinada ainda quando o presidente estava no centro cirúrgico, em uma espécie de biópsia "em tempo real" por meio da qual o patologista dá o parecer em poucos minutos. No caso de Lula, não haviam sido encontrados sinais de malignidade nesse exame preliminar, mas, por praxe, o material foi enviado para o exame tradicional, no qual é feita uma análise mais minuciosa.

O resultado, liberado na noite desta segunda, ratificou o parecer inicial. "Confirmada lesão benigna. Nenhum sinal diferente do diagnóstico intraoperatório", afirmou Kowalski, que também é professor titular de cirurgia de cabeça e pescoço da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Recuperação

Segundo o cirurgião, durante a recuperação, o presidente não deverá abusar do uso da voz por alguns dias e terá de passar por sessões de fonoaudiologia por pelo menos duas semanas. "Ele deverá fazer repouso vocal, mas pode conversar normalmente, participar de reuniões e falar ao telefone. O que ele não pode é exagerar, fazer esforço, gritar em discursos, falar por muito tempo, porque isso pode atrapalhar a cicatrização", explica o especialista.

"Ele pode continuar participando das atividades de transição. Isso não vai atrapalhar em nada, poderá opinar nas decisões. Mas terá de ser mais ouvinte para não forçar tanto a voz", acrescenta o médico.

A fonoterapia, explica Kowalski, auxiliará o presidente a usar as cordas vocais "com tranquilidade e sem grande esforço", em especial nesse período de recuperação. Ele deverá começar as sessões nesta terça, 22. A expectativa dos médicos é que a rouquidão de Lula melhore após o período de recuperação.

Além dos cuidados pós-operatórios, Lula terá de submeter-se a exames por cinco anos para monitorar o eventual aparecimento de novas lesões. "Ele deverá passar por laringoscopia periódica. No início, será com intervalo de três a quatro meses. Depois de um ano, o período entre um exame e outro poderá ser maior", comenta o médico.

Estadão
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