Exercícios físicos podem reduzir a evolução do Alzheimer, apontam estudos
Diferentes pesquisas mostram que a prática de exercícios físicos reduz o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas
Os exercícios físicos são ótimos aliados da saúde. Eles não só reduzem as chances de depressão, mas são capazes de proteger o cérebro contra danos neuronais. Além disso, manter-se em movimento melhora a capacidade de cognição, mesmo de pessoas que já apresentam algum tipo de demência em fases iniciais. Estudos recentes comprovam que abandonar o sedentarismo é eficaz até mesmo para atenuar sintomas de quem já possui doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, explica como os pesquisadores chegaram nessa conclusão. "A principal teoria é sobre o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), que desempenha um papel central na neurogênese e plasticidade sináptica. Esta é a capacidade de produzir novos neurônios e novas conexões entre as diversas regiões do cérebro", esclarece.
O exercício físico aumenta os componentes BDNF neurobiológicos que protegem contra depressão e combatem inclusive a perda de memória em pacientes com demência. "Tudo isso porque o BDNF pode atenuar a atrofia do hipocampo, principal local relacionado à memória. Isso diminui o risco de progressão para Alzheimer", explica.
Segundo o American College of Sports, a prática regular de exercícios físicos, em torno de 150 minutos por semana com moderada intensidade, já seriam suficientes para proporcionar benefícios para a saúde como um todo.
Caminhada é um dos exercícios físicos mais indicados
Um outro estudo, publicado recentemente na revista científica JAMA Neurology, apontou que caminhar entre 3.800 e 9.800 passos por dia ajuda a reduzir o risco de demência. Na pesquisa, cientistas dinamarqueses e australianos acompanharam mais de 78 mil pessoas por sete anos, todas com idades entre 40 e 79 anos.
Os resultados mostraram que pessoas com idades entre 40 e 79 anos que deram 9.826 passos por dia apresentaram uma redução de 50% no risco de desenvolver demência nos próximos sete anos. Mas uma caminhada menor também mostrou benefícios: aquelas que andaram aproximadamente 3.800 passos reduziram o risco de demência em 25%.
Além da quantidade, a intensidade da caminhada é outro fator importante na prevenção de doenças neurodegenerativas. O estudo mostrou que as pessoas que andavam a um ritmo superior a 40 passos por minuto, por exemplo, apresentaram redução de 57% no risco de demência com apenas 6.315 passos diários. No entanto, a maior redução na probabilidade da doença, 62%, foi alcançada por pessoas que caminharam em um ritmo muito rápido de 112 passos por minuto, durante meia hora por dia.