Fabricante de vacina contra mpox quer ampliar uso em adolescentes
CEO da companhia afirmou que aprovação nesta faixa etária será fundamental para conter o avanço da doença; pedido foi enviado à Agência Europeia de Medicamentos (EMA)
A vacina chamada de Jynneos contra a mpox, também conhecida como Imvamune ou Imvanex, é atualmente destinada a adultos a partir de 18 anos. No entanto, a farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic divulgou nesta sexta-feira (16), que resultados provisórios de um estudo clínico demonstraram que a vacina é igualmente eficaz em adolescentes, apresentando um perfil de segurança semelhante ao observado em adultos.
Paul Chaplin, CEO da Bavarian Nordic, destacou a importância dessa descoberta durante uma entrevista à emissora CNBC, dos EUA. Ele enfatizou que "mais de 70% dos casos da África estão ocorrendo atualmente em pessoas com menos de 18 anos, por isso será crítico que a nossa vacina possa ser usada neste grupo etário mais jovem." O pedido para essa ampliação de uso já foi enviado à Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
De acordo com a Bavarian Nordic, o estudo que embasou o pedido foi realizado com 315 adolescentes entre 12 e 17 anos e 211 adultos com 18 anos ou mais. Os resultados mostraram uma "não inferioridade das respostas imunitárias", além de um perfil de segurança semelhante entre os dois grupos etários após a administração das duas doses recomendadas da vacina.
Qual a situação da vacina Jynneos nos EUA e no Brasil?
Nos Estados Unidos, durante uma epidemia anterior de mpox, a FDA, agência norte-americana para a Alimentação e Medicamentos, autorizou o uso emergencial da vacina para adolescentes. Contudo, no Brasil, a Anvisa até então aprovou o imunizante apenas para adultos a partir de 18 anos.
Em junho deste ano, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibilizou 49 mil doses, das quais apenas 29.165 foram aplicadas. Cidades como São Paulo já não possuem mais doses do imunizante.
Por que a mpox voltou a ser uma emergência global?
Partículas do vírus da mpox vistas em microscópio eletrônico evidenciam a gravidade do problema. Ao g1, o Ministério da Saúde disse que o Brasil mantém um diálogo contínuo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAs) para analisar a possibilidade de novas doses, considerando a disponibilidade limitada do fundo rotatório. No entanto, ainda não há previsão para vacinação em massa.
Além disso, a Bavarian Nordic está priorizando o envio de vacinas para regiões com maior transmissão, especialmente países africanos com surtos graves como a República Democrática do Congo (RDC). A empresa possui cerca de 300.000 doses prontas para envio imediato e planeja entregar 2 milhões de doses ainda este ano e outras 8 milhões até o final de 2025.
AO VIVO 🔴 Ministério da Saúde instala Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à Mpox, dada a declaração da OMS que se trata de uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Assista!
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— Ministério da Saúde 🩵 (@minsaude) August 15, 2024