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Fabricantes de pomadas acusadas de irritação nos olhos culpam clientes por 'não lavar os cabelos por dias', diz Anvisa

Segundo agência, afirmação foi feita durante reunião técnica e levanta questionamento sobre 'aspecto discriminatório e racista'

1 mar 2023 - 12h11
(atualizado às 12h14)
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Entenda os problemas oculares que esses produtos podem causar
Entenda os problemas oculares que esses produtos podem causar
Foto: drobotdean/Freepik/Reprodução / Drobotdean/Freepik/Reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou em um comunicado nesta terça-feira, 28, que representantes de empresas de pomadas modeladoras associaram, em uma reunião técnica, os casos de irritação ocular à uma suposta prática dos usuários de "não lavar os cabelos trançados por diversos dias".

A Anvisa disse que as falas "levantaram questionamentos sobre eventual aspecto discriminatório e racista", sem informar em específico quais fabricantes teriam feito tais declarações.

A reunião técnica, que aconteceu no último dia 17 de fevereiro, contou com mais de 400 participantes. Entre eles, estavam representantes dos fabricantes de pomadas capilares, que tiveram suas vendas proibidas no país após surgirem diversos relatos de pessoas com sérios problemas de visão após o uso do produto.

"A Anvisa refuta e abomina qualquer forma de discriminação, em especial o racismo. Como instituição pública, a Agência está comprometida com a proteção e a promoção da saúde da população, considerando o acolhimento das diversidades de povos, etnias e culturas que compõem o Brasil", declarou a agência, em nota.

Além disso, a agência ainda ressalta que até o momento, não há dados que indiquem que o problema seja provocado por alguma forma específica de uso dos produtos.

"Conforme enfatizado às empresas durante a reunião, diversas potenciais causas dos eventos adversos graves relatados após o uso de pomadas capilares para trançar, modelar ou fixar os cabelos estão sob investigação, incluindo a formulação dos produtos, o modo de uso e eventuais impurezas", informou.

"Portanto, não há alegações técnicas de que os eventos adversos graves estejam relacionados ao uso por pessoas negras e mais especificamente à prática de trançar cabelos", disse a Anvisa.

Ainda durante a reunião, alguns fabricantes também alegaram que os eventos adversos graves ocorridos estariam restritos ao uso para trançar cabelos e sugeriram a vedação específica do uso destes produtos, liberando a venda para os demais usos. 

A agência informou que as sugestões foram registradas, mas que segue trabalhando na coleta de dados para "avaliar medidas regulatórias apropriadas à proteção da saúde da população e à possibilidade de uso seguro dos produtos".

Fonte: Redação Terra
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