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Farmácias e clínicas particulares voltam a oferecer vacina contra a dengue

Rede privada ficou meses sem novos lotes da Qdenga, mas recentemente recebeu um 'estoque de segurança'

16 jul 2024 - 22h24
(atualizado em 18/7/2024 às 01h33)
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A vacina contra dengue produzida pela farmacêutica Takeda voltou a ser oferecida em algumas clínicas particulares do país. Os estabelecimentos ficaram meses sem novos lotes da Qdenga devido à priorização da campanha de vacinação no Sistema Único de Saúde (SUS), mas o fornecimento para a rede privada vem sendo retomado.

De acordo com a empresa, "tem sido disponibilizado um estoque de segurança para atender a demanda da população que não é elegível à vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e também para garantir a segunda dose para as pessoas que já receberam a primeira na rede privada".

A Takeda informa ainda que a quantidade de doses ofertada à rede privada, neste momento, "continua baixa em função da priorização do atendimento à demanda do SUS".

Em sites de laboratórios e redes de farmácias, é possível encontrar uma dose por preços que variam de R$ 360 a R$ 420. Como o esquema vacinal é composto por duas doses em um intervalo de três meses, o pacote vai de R$ 720 a R$ 840.

Vacina Qdenga voltou a ser oferecida em algumas farmácias e clínicas particulares do país
Vacina Qdenga voltou a ser oferecida em algumas farmácias e clínicas particulares do país
Foto: Divulgação/Takeda / Estadão

Quem pode tomar a vacina?

Devido à capacidade limitada de fabricação do imunizante, o Ministério da Saúde definiu que apenas crianças de 10 a 14 anos, moradoras dos 1.920 municípios pré-selecionados, poderiam tomar a Qdenga nas unidades públicas. À época do anúncio, a pasta explicou que a escolha estava relacionada à taxa mais alta de hospitalização pela doença entre pacientes dessa idade.

O imunizante, porém, tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para um público mais amplo: ele pode ser administrado em pessoas de 4 a 60 anos.

As exceções, nessa faixa etária, são pessoas alérgicas aos componentes da vacina; imunossuprimidos, como pessoas com HIV ou em tratamento quimioterápico; gestantes e lactantes.

A vacina contra dengue continua sendo oferecida na rede pública?

Sim. Municípios como São Paulo enfrentaram falta do imunizante, mas também voltaram a receber lotes. A capital, por exemplo, recebeu 124.216 novas doses da Qdenga na última quinta-feira, 11, e destinará a remessa exclusivamente para crianças e adolescentes que já tomaram a primeira dose e estão aptos para a segunda.

O imunizante está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para aplicação de segunda a sexta-feira. Aos sábados, a imunização é realizada apenas nas AMAs/UBSs Integradas. Para encontrar o posto mais próximo de sua residência, acesse a plataforma "Busca Saúde".

Epidemia histórica

A vacina é tetravalente, ou seja, estimula a produção de anticorpos contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 E DENV-4), registrados de forma concomitante no país em 2024.

De acordo com o ministério, todos os Estados apresentaram circulação dos tipos 1 e 2. Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul apresentaram circulação dos sorotipos 1, 2 e 3, e houve detecções esporádicas do DENV-4 em Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

A circulação concomitante é um dos fatores apontados para a epidemia histórica registrada neste ano no país. Anomalias nos padrões de temperatura e chuvas também estão entre as causas para a explosão de casos, de acordo com o último boletim epidemiológico publicado pelo governo.

Até o fim de junho, foram notificados 6.215.201 casos prováveis de dengue no País - um aumento de 344,5% na comparação com o mesmo período de 2023. Foram confirmados 82.908 casos de dengue com sinais de alarme e de dengue grave, uma alta de 307,8% em relação ao ano passado, e 4.269 pessoas morreram em decorrência da doença. Outros 2.737 óbitos notificados permanecem em investigação.

Estadão
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