Faustão: médicos falam sobre chances de sobrevivência após transplante de coração
Apresentador está internado desde 5 de agosto e já foi incluído na fila única de transplantes
Em tratamento para insuficiência cardíaca, condição com que o apresentador Fausto Silva foi diagnosticado em 2020, Faustão foi incluído na fila única de transplantes para receber um novo órgão.
O último boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Eisten informa que o quadro de insuficiência cardíaca de Faustão apresentou uma piora e que o apresentador precisará de um transplante.
Caio Ribeiro, coordenador de Cardiologia do hospital Vila da Serra, explica que a insuficiência cardíaca é um quadro no qual o coração, que funciona como uma bomba de sangue para os órgãos, está com a sua função prejudicada, e não consegue bombear o sangue de forma adequada.
“Isso gera sintomas como cansaço, falta de ar, inchaço. Em casos mais severos pode levar à disfunção de outros órgãos, como os rins e o fígado. Quando não é possível reverter o quadro com medicamentos, é indicada a cirurgia de transplante de coração", diz o especialista.
De acordo com Alexandre Galvão, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o transplante só é indicado para pacientes com insuficiência avançada. Mesmo que o tempo de espera pelo novo órgão demore entre 12 e 18 meses, as chances de sobrevivência são grandes.
O paciente transplantado, porém, precisará passar por acompanhamento especializado pelo resto da vida. Quanto aos efeitos colaterais, Alexandre garante que os riscos são a rejeição hiperaguda, sangramento e disfunção do órgão transplantado, além de riscos de rejeição e infecção devido à imunossupressão.
No momento, Faustão encontra-se em diálise e necessita de medicamentos para bombear o coração. Ele está afastado da TV desde junho deste ano. Vale lembrar que, no passado, Fausto Silva já realizou uma operação bariátrica, tipo de cirurgia que é benéfico para o controle de hipertensão e diabetes, dois agravadores de insuficiência cardíaca.
Segundo o Hospital do Coração (HCor) cerca de 40 mil pessoas estão à espera de um transplante de órgão no Brasil. Alguns pacientes, é claro, podem ser considerados casos preferenciais, a depender de quanto tempo o paciente está no cadastro e como a equipe médica avalia seu quadro.
Dados da Associação Brasileira de Transplante de Orgãos (ABTO) mostraram que, apenas no ano de 2018, somente 23% das pessoas que precisam de transplante são atendidas e recebem um novo coração.