Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Fila para uma vaga de UTI no Rio já tem 369 pessoas

Com o sistema saturado,Estado aposta todas as fichas nos hospitais de campanha, mas apenas um foi inaugurado até agora

1 mai 2020 - 05h17
(atualizado às 09h37)
Compartilhar
Exibir comentários

Com a pandemia do coronavírus, a fila para uma vaga de UTI no Rio de Janeiro já tem 369 pessoas. Outros cinco Estados do Brasil superam 70% da ocupação dos leitos de UTI. Em meio ao desespero, as famílias das vítimas que não morrem antes de conseguir um leito têm tentado de tudo. Moradora de Mesquita, na Baixada Fluminense, Rosilene Vieira Medeiros levou a mãe para um hospital particular mesmo sem ter dinheiro para pagar a internação. "Vou deixar minha mãe morrer?"

Corpo sendo retirado de Hospital Evandro Freire no Rio de Janeiro 28/4/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Corpo sendo retirado de Hospital Evandro Freire no Rio de Janeiro 28/4/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

A mãe dela, Marilene Vieira Medeiros, de 65 anos, está internada desde sábado numa unidade privada de Nova Iguaçu, município vizinho de Mesquita. Desde segunda, ela entrou oficialmente na fila do sistema público de Saúde para tentar um leito. Ainda não conseguiu.

Segundo Rosilene, chegaram a comentar que ela estaria perto de ser transferida para o Hospital Regional Zilda Arns, no sul do Estado, o único em que ainda há (poucas) vagas para pacientes da covid-19 em estado grave. "Mas tinha outra paciente mais grave para ser transferida antes dela. Só que essa paciente morreu e ela não foi chamada", conta.

Antes de ser internada no hospital privado, onde a dívida da família já teria passado de R$ 20 mil, Marilene sentiu falta de ar e dor no peito em casa. Foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mesquita. Lá, de acordo com a filha, o médico informou que ela estava com quadro de ansiedade. Em casa, voltaram os sintomas. E agravados. Somaram-se aos incômodos a dor de cabeça e a febre. Retornaram à UPA e, desta vez, receitaram-lhe remédios, mas não a internaram. Os medicamentos não aliviaram a dor - ao contrário, Marilene piorou, e a filha teve de chamar a ambulância.

Com o sistema saturado, o Rio aposta todas as fichas nos hospitais de campanha. Até agora, contudo, apenas um foi inaugurado, e com capacidade reduzida. Ao todo, são previstas oito unidades, que vão ser abertas ao longo de maio - a data inicial dada pelo governo era 30 de abril. Os hospitais vão somar 1,8 mil leitos à rede, divididos entre UTI e enfermaria.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade