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Fiocruz mostra evolução da ocupação de leitos de UTI para covid-19 no Brasil até o colapso

Série histórica de mapas evidencia aumento das internações em todos os Estados do País e Distrito Federal

5 mar 2021 - 10h26
(atualizado às 14h37)
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou uma série de mapas que mostram o agravamento da pandemia de covid-19 no Brasil. Desde julho de 2020, o Observatório Covid-19 tem publicado boletins quinzenais sobre o coronavírus e apresenta dados sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), casos e óbitos por covid-19 e taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS).

"Observar na sequência de 17 mapas, mesmo no período entre a segunda metade de julho e o mês de agosto, quando foram registrados os maiores números de casos e óbitos, não tivemos um cenário como o atual, com a maioria dos estados e Distrito Federal na zona de alerta crítica", alerta o novo documento.

Essa série histórica de mapas evidencia que a ocupação de leitos de UTI para covid-19 em todos os Estados e Distrito Federal vem crescendo nas últimas semanas e levando alguns lugares ao colapso hospitalar. Em 1º de março de 2021, apenas o Sergipe está no nível de alerta baixo. Outros sete Estados estão em alerta médio e todos os outros em nível crítico de alerta.

'Dados mais graves da pandemia', alerta Fiocruz

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, afirmou que a pandemia de covid-19 no Brasil deve alcançar patamares "dramáticos" nas próximas semanas se nada for feito para deter a circulação do vírus. Em vídeo divulgado pela Fiocruz na manhã desta sexta-feira, 05, Krieger faz um apelo à população:

"Estamos todos cansados da pandemia, não é fácil para ninguém. (...) Mas os dados neste momento são os mais graves de toda a pandemia, com o maior número de mortos e o maior número de casos associados a uma grande circulação de uma variante (do vírus) com possibilidade de maior transmissão. Temos que reduzir a possibilidade de circulação até aumentar o número de pessoas protegidas."

O alerta foi feito um dia depois da divulgação dos resultados de uma análise feita pela Fiocruz em oito Estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do País que constatou a prevalência das variantes mais preocupantes do coronavírus Sars-CoV-2 em pelo menos seis deles. O dado, obtido a partir de uma nova ferramenta de análise genética, indica que há uma dispersão geográfica dessas variantes nos Estados, assim como uma alta prevalência em todas as regiões avaliadas.

De acordo com nota divulgada no início da noite pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz, foram avaliadas mil amostras dos Estados de Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A ferramenta usada é capaz de detectar a mutação no vírus que é comum nas três variantes que mais vem preocupando o mundo atualmente - a P.1, identificada inicialmente no Amazonas, a B.1.1.7, originada no Reino Unido, e a B.1.351, na África do Sul.

Dos seis Estados, somente em Minas Gerais e Alagoas a presença da mutação ocorreu em menos da metade das amostras - respectivamente 30,3% e 42,6%. Os Estados em que elas mais aparecem são Ceará (71,9%) e Parná (70,4%). A situação nos demais é: PE (50,8%), RJ (62,7%), RS (62,5%), SC (63,7%).

Estadão
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