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Fumaça das queimadas detona saúde: o que fazer para aliviar respiração e sinais para buscar ajuda

Tosse persistente, sensação de opressão no peito e cansaço excessivo são sinais que necessitam ajuda médica, alerta pneumologista

26 ago 2024 - 14h42
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Ribeirão Preto foi tomada pela fumaça de queimadas
Ribeirão Preto foi tomada pela fumaça de queimadas
Foto: JOEL SILVA

Na última sexta-feira (23), o céu da capital e de várias cidades do estado de São Paulo foi tingido de um vermelho intenso durante o pôr do sol, um efeito causado pelos incêndios devastadores de queimadas no interior do estado e também em outras regiões, como a Amazônia, que estão se espalhando de Norte a Sul. Esses incêndios agravaram a qualidade do ar na região e também em outras capitais do país como Goiânia, Brasília e Belo Horizonte.

Com os registros de ar contaminado, muitas pessoas adotaram medidas caseiras para proporcionar algum conforto respiratório, como o uso de máscaras de proteção molhadas ou copos de água perto da cama para molhar nariz e o rosto.

Em entrevista ao Terra Você, a pneumologista Michele Andreata, da Saúde no Lar, explica que essas máscaras molhadas podem oferecer alívio temporário, mas infelizmente não são eficazes em filtrar partículas finas presentes na fumaça e na fuligem. Nesses casos, o mais apropriado é usar máscaras N95 secas, que oferecem melhor proteção contra partículas inaláveis.

Quanto a molhar o rosto, a prática pode aliviar temporariamente a irritação, mas também não resolve o problema subjacente, além de não prevenir os danos causados pela inalação dos poluentes.

A pneumologista conta que a exposição ao ar poluído por fumaça e fuligem, especialmente em períodos prolongados, pode causar uma série de problemas na saúde, entre elas:

  • Irritação das vias aéreas;
  • Exacerbação de doenças respiratórias pré-existentes, como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica);
  • Aumento do risco de infecções respiratórias;
  • Tosse;
  • Dificuldade para respirar;
  • Irritação nos olhos e garganta.

Para pessoas com condições respiratórias pré-existentes, como asma e DPOC, os efeitos da poluição por fumaça e fuligem são ainda mais intensos. A exposição prolongada pode desencadear crises asmáticas, exacerbações da DPOC, aumento da necessidade de uso de medicamentos de resgate e, em casos graves, pode levar a hospitalizações. 

“Esses pacientes podem experimentar uma diminuição significativa da função pulmonar e um agravamento de seus sintomas crônicos”, alerta a especialista.

Teve contato com ar poluído? Fique atento!

Para quem teve contato com o ar poluído neste fim de semana, vale ficar atento a alguns sintomas iniciais podem indicar problemas pulmonares causados pela exposição constante a esses poluentes, entre eles:

  • Tosse persistente;
  • Sensação de opressão no peito;
  • Falta de ar;
  • Sibilância (chiado no peito);
  • Irritação nas mucosas, como olhos e garganta. 

Em casos de exposição prolongada, pode haver também cansaço extremo, agravamento de condições respiratórias crônicas e aumento da frequência de infecções respiratórias.

A exposição contínua à fumaça e fuligem ainda pode levar ao desenvolvimento de bronquite aguda, exacerbação de asma e DPOC, pneumonite química e, a longo prazo, pode aumentar o risco de doenças respiratórias crônicas e até mesmo doenças cardiovasculares. 

“Além disso, há uma correlação entre a exposição a poluentes atmosféricos e o aumento do risco de câncer de pulmão”, completa a médica.

O que fazer?

Algumas medidas preventivas podem ajudar a reduzir a exposição aos poluentes e minimizar os danos causados pela exposição contínua à fumaça e fuligem, entre eles estão:

  • Manter as janelas fechadas;
  • Usar purificadores de ar com filtros HEPA;
  • Manter a casa bem ventilada assim que a qualidade do ar melhorar;
  • Evitar o uso de ventiladores que possam movimentar partículas de fuligem no ar interno. 
  • Evitar atividades físicas intensas ao ar livre durante períodos de alta poluição.

A médica explica que o organismo pode eliminar algumas das partículas inaladas, especialmente em indivíduos saudáveis, através de mecanismos naturais de defesa, como a tosse e a depuração mucociliar.

No entanto, danos a longo prazo, especialmente em pessoas com condições respiratórias crônicas, podem persistir. "Se os sintomas respiratórios continuarem após o fim da exposição ou se houver agravamento de uma condição pré-existente, é essencial procurar ajuda médica o mais rápido possível para uma avaliação adequada e possível tratamento", conclui.

Fonte: Redação Terra Você
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