Fumo passivo aumenta risco de asma e dermatite em adolescentes
Adolescentes que convivem com fumantes podem desenvolver asma e dermatite atópica com facilidade
Um estudo recente realizado em Kuwait descobriu que os adolescentes expostos ao fumo passivo de tabaco nos lares aumentam em 29,6% o risco de desenvolvimento de dermatite atópica.
Não é novidade que o cigarro, além de trazer diversos danos ao fumante, também expõe as pessoas próximas, por conta do chamado fumo passivo, que pode ter consequências respiratórias e até cardiovasculares. Mas agora, um estudo recente mostrou que adolescentes expostos ao fumo passivo de tabaco em casa enfrentam risco aumentado de desenvolver dermatite atópica.
“A dermatite atópica é uma doença crônica e hereditária de causa desconhecida. A condição está ligada ao desenvolvimento de lesões, coceira e uma pele de aparência seca e com vermelhidão, justamente porque causa inflamação. A doença exige cuidados especiais para controle rigoroso do quadro”, explica Ana Maria Pellegrini, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e responsável técnica da clínica Pelle.
O problema é que fatores externos, como o fumo passivo, podem piorar a condição. O estudo foi realizado em nove escolas secundárias no Kuwait, com 746 alunos. A exposição domiciliar ao fumo passivo aumentou o risco de dermatite atópica em 29,6%.
“As substâncias tóxicas do cigarro podem causar irritação e estimular a inflamação na pele desses pacientes mais predispostos”, explica Ana.
Segundo o estudo, uma proporção significativa do risco de dermatite atópica é mediada por fatores como o fumo passivo e o desenvolvimento de asma, que também pode estar ligado ao quadro de dermatite atópica.
“Uma regra doméstica de não fumar surge como uma intervenção potencial para minimizar a exposição ao fumo passivo, reduzir o desenvolvimento de asma e dermatite atópica e desencorajar o início do tabagismo entre adolescentes”, sugere a dermatologista.
Quem fuma precisa respeitar a saúde de seus próximos
A médica destaca que o estudo contribui com informações valiosas sobre a complexa relação entre a exposição domiciliar ao fumo passivo e doenças de pele entre adolescentes.
“Os médicos dermatológicos podem aproveitar estas descobertas para defender intervenções holísticas que abordem os efeitos diretos e mediados, promovendo ambientes mais saudáveis para os adolescentes”, diz a dermatologista.
Ana Maria Pellegrini comenta que pacientes diagnosticados com a dermatite atópica devem procurar um dermatologista a fim de iniciar o tratamento, que tem por objetivo o controle da coceira e a redução da inflamação da pele, para prevenir recorrências.
“A base do tratamento é o uso de hidratantes e óleos para a boa formação da camada hidrolipídica da pele, melhorando a barreira natural de proteção que a pele forma. Essa hidratação deve ser usada várias vezes ao dia e esse paciente deve evitar banhos quentes e uso exagerado de sabonetes e buchas. Por via oral, o uso de anti-histamínicos pode ajudar no controle da coceira, mas a medicação deve ser indicada pelo médico a fim de evitar os efeitos colaterais”, finaliza a dermatologista.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.