Gravidez: reconheça os 20 sintomas mais e menos comuns
Alguns são bastante conhecidos. Outros, por sua vez, não estão na lista dos mais frequentes, mas vão fazer parte da vida de muitas futuras mamães
Basta a menstruação de uma mulher falhar um mês, ela se sentir enjoada, ficar com mais sono ou mais fome do que o normal ou tudo isso junto para alguém logo dizer que ela está grávida. Se a suspeita se confirmar, ela sabe que possivelmente vai apresentar nos próximos nove meses outros sinais que indicam que há um bebê se desenvolvendo no seu útero, o inchaço dos pés, por exemplo. Mas existem alguns que dão as caras em número menor de gestantes e, por isso, não são conhecidos por muita gente. Faz parte da turma que está preparando o enxoval da maternidade? Então conheça a lista dos sintomas que provavelmente estarão presentes na sua rotina e aqueles com os quais você corre um risco menor de lidar, mas que nem por isso são menos importantes.
Os mais comuns
Náuseas, vômitos e tonturas: eles aparecem em mais da metade das gestantes especialmente nos três primeiros meses e são provocados por alterações hormonais. Podem ser combatidos com mudanças na alimentação, como uma dieta mais fracionada e a diminuição na ingestão de alimentos muito gordurosos.
Azia: também está ligada a atuação de hormônios que agem nessa fase da vida e deixam a digestão mais lenta e ao acúmulo de gases no estômago. Podem ser tratadas com a ajuda de alterações alimentares e com o uso de um travesseiro mais alto.
Salivação em excesso: muitas gestantes nem se dão conta do que exatamente está acontecendo, mas se sentem incomodadas com o excesso de líquido acumulado na boca. Trata-se de mais um quadro que pode ser beneficiado com refeições menores e mais frequentes, aliadas à ingestão de líquidos frios e em pequenas doses.
Flatulência e constipação: o excesso de gases surge por causa da ação de hormônios que deixam o funcionamento intestinal mais lento e a redução na ingestão de verduras e legumes crus fora de casa por causa do risco da toxoplasmose e na realização de atividades físicas. Já a dificuldade de evacuar acontece porque o útero dilata, comprimindo o intestino e a progesterona deixa o funcionamento intestinal mais lento.
Cólicas e dores abdominais: se a intensidade do incômodo for leve, não há razão para preocupação, pois elas normalmente são provocadas pelo aumento do tamanho do útero e o acúmulo de líquidos no órgão. Mas se elas forem muito frequentes ou fortes ou simplesmente estiverem sendo razão de preocupação, valem uma conversa com o médico.
Problemas urinários: é normal que o número de vezes que a mulher vá ao banheiro aumente com o crescimento do feto e a consequente compressão da bexiga, mas dor ou sangue ao urinar, assim como a elevação exagerada das micções com pequenas quantidades de urina são fatos que devem ser reportados ao especialista.
Dor ou tensão nas mamas: elas são comuns desde o início da gestação em graus variáveis por causa do aumento de circulação na região e, consequentemente, do seu maior volume. Recomenda-se usar sutiã com boa sustentação e no caso de persistência ou dúvida conversar com o profissional. Também não se espante se a cor das auréolas ficar mais escura, o que costuma ser amenizado após o parto.
Corrimento vaginal: se ele for leitoso, sem cheiro e sem cor é normal por causa das alterações hormonais e o aumento de fluxo sanguíneo nessa parte do corpo durante a gestação. Se apresentar outras características, é bom falar com o seu médico.
Inchaço nas pernas e pés: as mudanças hormonais alteram o retorno venoso durante a gravidez, o que leva à elevação na retenção de líquidos. Além disso, há o aumento do tamanho do útero, o que comprime os vasos da região pélvica, piorando o quadro.
Dor nas costas: elas aparecem especialmente por causa do aumento do peso da barriga e a mudança no eixo de gravidade do corpo. Usar sapato de salto baixo e tomar cuidado com a postura ajuda a evitá-la. Na crise, compressas quentes são bem-vindas.
Os menos comuns
Hemorroidas: elas acontecem em 15% das gestantes e são provocadas pela compressão dos vasos sanguíneos da região pélvica causada pela expansão do útero. Ao mesmo tempo, a maior produção de progesterona pode levar à prisão de ventre, o que favorece o seu aparecimento.
Falta de ar: é decorrente do aumento uterino ou mesmo da ansiedade exagerada da gestante. Em pequena quantidade é normal, mas se ficar muito intensa ou atrapalhar a rotina, o obstetra deve verificar se não está sendo causada por outro problema.
Sangramento gengival: ele costuma acontecer porque as grávidas têm mais tendência a desenvolver gengivite por causa do aumento dos níveis hormonais, o que torna os tecidos gengivais mais suscetíveis às irritações provocadas pela placa bacteriana.
Varizes: trata-se de mais um sintoma causado pelo aumento do abdômen da mulher que faz mais pressão sobre os vasos da pelve, provocando o seu aumento e, por tabela, alterando os vasos das pernas. A elevação na circulação sanguínea característica da gestação e o ganho excessivo de peso podem piorar o problema.
Manchas escuras no rosto: conhecidas como cloasmas gravídicos, elas aparecem porque os hormônios da gravidez deixam a pele mais sensível à pigmentação quando é exposta ao sol, especialmente sem protetor adequado.
Câimbras: elas costumam surgir a partir do segundo trimestre, quando a barriga já está maior e pesa sobre os músculos. No terceiro trimestre o feto ainda utiliza o cálcio da mãe para construir o seu esqueleto, o que piora o quadro. Alongar e massagear o músculo contraído alivia o incômodo.
Estrias: o estiramento rápido e excessivo da pele e as alterações hormonais da gestação podem romper as fibras de colágeno da pele, o que provoca as marcas. Hidratar bem o tecido e evitar ganhar muito peso durante os nove meses ajuda a evitar o problema.
Anemia: alterações no volume e na composição do sangue favorecem o surgimento dessa doença. Mudar o cardápio acrescentando mais alimentos que são fontes de ferro e investir na reposição desse mineral pode corrigí-la.
Desmaio e sensação de fraqueza: esses sintomas podem surgir quando a gestante fica muito tempo sem comer ou faz movimentos muito bruscos. Na hora da crise o ideal é sentar-se com a cabeça baixa ou deitar-se do lado esquerdo e respirar profundamente.
Fontes: Claudio Basbaum, ginecologista e obstetra do corpo clínico do Hospital São Luiz e da Clínica Pró-Matrix, ambos em São Paulo, e Marcello Valle, ginecologista e especialista em reprodução humana diretor da Clínica Origen, no Rio de Janeiro.