Mulheres produziriam óvulos mesmo em idade adulta; entenda
Há décadas, cientistas acreditavam que as mulheres já nasciam com um determinado número de óvulos. Conforme a mulher atingia sua maturidade sexual, os óvulos eram liberados a cada mês. E a partir dessa ovulação, a quantidade de óvulos armazenados no ovário da mulher ia caindo. Quando eles se esgotavam, tinha início a menopausa. Porém, o que parecia uma máxima científica acaba de ser contestada por um grupo de pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, e da Universidade de Edimburgo, na Grã-Bretanha.
Segundo os cientistas, as mulheres, mesmo na vida adulta, continuam a produzir células sexuais. A nova pesquisa tomou como base um estudo feito com camundongos fêmeas. Esta pesquisa inicial comprovou que os ovários contêm algumas células germinativas, chamadas células-tronco ovogônias. Elas se dividem e geram novos ovócitos.
A nova pesquisa, que foi publicada no periódico PLoS Genetics, traçou as origens dos ovócitos dos animais desde o periodo embrionário até a maturidade e contaram quantas vezes as células germinativas progenitoras se dividiram antes de se transformar em ovócitos. Se a história de que eles param de ser produzidos antes do nascimento, essas divisões não deveriam acontecer ao longo da vida.
Para Maria Cecília Erthal, diretora-médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or, no Rio de Janeiro, "a descoberta pode impactar na fertilidade da mulher. Hoje, por volta dos 45 anos, elas deixam de produzir óvulos. Com a descoberta dessas células será possível entender o funcionamento e estimular a produção de óvulos por tempo indeterminado".
"Embora a pesquisa tenha sido feita com animais, há indícios de que isso também aconteça nos seres humanos", diz Jonhatan L. Tily, um dos líderes da pesquisa para o Science Daily. Porém, na opinião da médica brasileira, a pesquisa ainda está em seu estágio inicial. "Ainda é preciso que as investigações comprovem que o funcionamento do sistema reprodutor das mulheres funciona de forma igual, ou similar, a dos camundongos usados na pesquisa", avalia.