Governo de São Paulo decreta estado de emergência para dengue
Somente neste ano, o estado registrou 31 mortes pela doença registradas em 21 cidades
O governo estadual de São Paulo decretou estado de emergência devido ao aumento de casos de dengue registrados. Ao todo, foram confirmadas 31 mortes em 21 municípios.
O governo estadual de São Paulo decretou estado de emergência para a dengue, nesta terça-feira, 5. A medida foi recomendada pelo Centro de Operações Emergenciais (COE), coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde, após o estado atingir nesta semana 300 casos confirmados da doença para cada grupo de 100 mil habitantes, o que significa que a transmissão atingiu o nível de epidemia.
Inicialmente, a informação foi dada por Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Pouco depois, o governo confirmou a informação, depois que uma reunião de uma reunião da Secretaria Estadual de Saúde nesta manhã.
Os dados mostram que 131 municípios registram mais de 300 casos por 100 mil habitantes, mas essa relação de novos casos por habitante varia amplamente pelo território. Após dois meses de uma curva ascendente nada típica, há cidades paulistas que ultrapassam os 4 mil casos por 100 mil habitantes.
Foram confirmados 138.259 casos da doença, enquanto soma mais de 361,6 mil notificações de infecção provável. Até esta segunda-feira, 4, já haviam sido confirmados 31 mortes pela doença registradas em 21 cidades do estado. São elas:
• Bebedouro (1);
• Bariri (2);
• Bauru (1);
• Pederneiras (2);
• Bragança Paulista (1);
• Campinas (1);
• São Paulo (2);
• Franca (1);
• Restinga (1);
• Marília (3);
• Guarulhos (3);
• Suzano (1);
• Batatais (1);
• Ribeirão Preto (2);
• Serrana (1);
• Mauá (1);
• Parisi (1);
• Votuporanga (1);
• Pindamonhangaba (2);
• Taubaté (2);
• Tremembé (1).
Outros 122 óbitos estão em investigação. Desse total de pacientes infectados, 1.821 apresentaram ou apresentam sinais de alarme, enquanto 169 evoluíram para o quadro grave.
Pouco mais da metade das mortes são de pessoas com 65 anos ou mais. Não há informação sobre a idade de todas as pessoas que morreram em decorrência da doenla. O risco de morte por dengue é 8 vezes maior entre os idosos. Isso se deve principalmente ao fato de que, nesta faixa etária, é comum a presença (e o acúmulo) de comorbidades, como diabetes e hipertensão.
Em fevereiro, o governo criou o Centro de Operações de Emergências (COE) de combate ao Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, Chikungunya e Zika.
Coordenado pela SES, o COE reúne outras sete secretarias estaduais – Casa Civil, Casa Militar e Defesa Civil, Segurança Pública, Desenvolvimento Social, Comunicação, Educação, Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística -, além do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems).
A primeira medida adotada no âmbito do COE foi a destinação de R$ 200 milhões do tesouro estadual às prefeituras dos 645 municípios paulistas para o enfrentamento direto ao mosquito.
Conforme especialistas, decretos de emergência vão além de um rito administrativo, que facilita, por exemplo, repasse de recursos: são, também, instrutivos/educativos, que passam mensagem clara sobre a gravidade da situação. Ou seja, no caso da dengue, a medida reforça a necessidade de ação para eliminação de focos do mosquito (cerca de 75% estão em nossas casas ou ao redor dela) e de atenção aos sinais de alarme.
A secretaria da Saúde paulista explica que o decreto permitirá que Estado e municípios implementem ações com maior agilidade. Ele também permite que SP receba recursos adicionais do governo federal. Cada município, a partir da análise de seu cenário epidemiológico, poderá utilizar a medida estadual para decretar emergência em âmbito local.
No país
Somente neste ano, o Brasil já confirmou 214 mortes pela doença e outros 687 óbitos estão em investigação, sob a suspeita de também terem sido consequência da dengue. A taxa de incidência já chega a 501 casos por 100 mil habitantes.
Com o mesmo movimento de São Paulo, oito unidades da federação também decretaram estado de emergência: Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amapá. Em São Paulo, 22 cidades também seguiram a medida. De acordo com o Ministério da Saúde, 192 municípios já decretaram emergência.
No fim da primeira quinzena de fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação dos recursos reservados para apoiar Estados, municípios e o Distrito Federal no enfrentamento de emergências, que incluem a dengue. Os repasses do governo federal podem chegar até R$ 1,5 bilhão, a depender das necessidades dos entes federativos.
Para receber o recurso, um ofício deve ser enviado por Estado ou município contendo a declaração de emergência em saúde e um plano de ação. Os repasses serão mensais durante a vigência do decreto de emergência.
O cenário do Brasil é de um aumento explosivo de casos em um momento em que isso não era esperado. O País ultrapassou os 1,2 milhão de casos prováveis em pouco mais de dois meses. Em todo ano passado, 1,68 milhão de notificações foram registradas.
Algumas autoridades chegaram a ventilar a possibilidade de uma antecipação da temporada de dengue. No entanto, segundo especialistas, ainda é cedo para afirmar isso. Eles orientam para nos prepararmos para o pior. Isto é, para que o pico das infecções de fato ocorra entre abril e maio, como de costume.
A estimativa é de que até o final do ano, o país registre cerca de 4,2 milhões de casos de dengue, considerado um recorde histórico. Vários fatores influenciam para a explosão de casos, desde as mudanças climáticas até a volta de circulação de outros sorotipos.
Sintomas da dengue
- Febre alta;
- Dor atrás dos olhos;
- Dor no corpo;
- Manchas avermelhadas na pele;
- Coceira;
- Náuseas;
- Dores musculares e articulares.
Recomendações para eliminação de criadouros do Aedes aegypti
- Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
- Descartar pneus usados em postos de coleta da Prefeitura;
- Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
- Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
- Tampar ralos;
- Manter o vaso sanitário sempre fechado;
- Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
- Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.
(**Com informações do Estadão)