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Governo de SP festeja sucesso de vacina da Pfizer, mas diz que Coronavac está 'mais adiantada'

Para secretário do Centro de Contingência, João Gabbardo, Coronavac estaria à frente para receber autorização da Anvisa, mesmo sem ter eficácia comprovada até o momento

9 nov 2020 - 16h15
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SÃO PAULO - A gestão João Doria (PSDB) comemorou nesta segunda-feira, 9, o resultado da análise preliminar da vacina da Pfizer, que apontou eficácia de mais de 90% em proteger as pessoas contra a covid-19. O governo de São Paulo, no entanto, afirmou que a Coronavac, o imunizante desenvolvimento pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, estaria "mais adiantado" no processo de autorização, mesmo ainda ser ter a eficácia comprovada.

"Essa informação da Pfizer é muito importante, muito positiva, pelo resultado que ela apresenta já nesta primeira análise da fase 3", afirmou secretário executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo. "Isso nos deixa otimistas em relação ao resultado, não só desta como das outras vacinas. Vamos precisar de todas para poder imunizar a população, que precisa estar protegida para voltar à normalidade."

João Gabbardo dos Reis, membro do Centro de Contingência contra a Covid-19 de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
João Gabbardo dos Reis, membro do Centro de Contingência contra a Covid-19 de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo / Estadão

O secretário executivo também comparou o universo de testes entre as duas vacinas e disse que a Coronavac, que recebeu investimentos de São Paulo e ainda não tem dados sobre eficiência contra o coronavírus, estaria à frente para obter aval da Anvisa.

"É preciso destacar que a fase 3 dessa vacina (Pfizer) está sendo feita no Brasil, como em outros cinco países", disse Gabbardo. "A Pfizer tem mais de 40 mil voluntários, então já atingiu no mundo o número de 94 pacientes positivos para coronavírus e conseguiu fazer a comparação entre o grupo de controle e o que recebeu a vacina."

"É um pouco diferente da situação da nossa vacina, que está sendo testada no Brasil, o que vai facilitar muito para as autorizações necessárias pela Anvisa. No nosso entendimento, estamos mais adiantados nesse processo."

Também em fase 3 de testes, a Coronavac já teria sido aplicada em mais de 10 mil pessoas no Brasil, mas ainda não chegou ao número mínimo de pessoas infectadas que permite verificar se o imunizante funciona contra o vírus. "Estamos próximos e acreditamos que em breve teremos condições de apresentar e divulgar os resultados", afirmou Gabbardo.

Nesta segunda, o governo João Doria anunciou o início das obras da nova fábrica do Butantã para produzir a Coronavac. Também informou que as primeiras 120 mil doses importadas da China vão chegar ao Aeroporto de Cumbica no dia 27.

Secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn se disse otimista em relação à eficiência da Coronavac, inclusive para imunizar contra mutações do vírus já conhecidas.

"Todas as vezes que avaliamos as mutações do sars-cov-2 encontrada pelo mundo, ele apresentou alterações estruturais mínimas que fazem com que tenha a mesma característica antigênica", afirmou."Portanto, não identificamos nessas 300 espécies de coronavírus nenhuma modificação que trouxesse preocupação."

Segunda onda é possível, mas não como na Europa, diz governo

A gestão Doria também afirmou que "existe uma possibilidade" de São Paulo passar por uma segunda onda de coronavírus, mas sem a mesma dimensão do que vem sendo registrado em países da Europa. Segundo coordenador do Centro de Contingência, José Medina, trata-se de uma hipótese, sem "ideia concreta até o momento".

"Pode haver alguma subida do número de casos, mas possivelmente não com a mesma dimensão do que está acontecendo na Europa, que leva a possibilidade de lockdown nesses países", afirmou.

Medina disse que São Paulo estudou a curva epidemiológica da Rússia, Suécia, Estados Unidos, Canadá e Irã, onde os casos voltaram a subir. "O que nós estamos vendo até o momento no hemisfério norte é uma relação muito clara entre a mudança do clima e a segunda onda", avaliou. "No Brasil, as temperaturas do inverno são mais elevadas."

Estadão
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