Governo reservou 80 locais para hospitais de campanha
Ministério da Economia selecionou Parque Olímpico para ser um dos locais de construção de hospitais de campanha pelo Brasil
O Ministério da Economia selecionou um total de 80 imóveis da União, entre eles o Parque Olímpico do Rio, para a construção de hospitais de campanha em todo o Brasil. São prédios, terrenos e galpões que estão sem uso, muitos na lista para serem vendidos.
Com a pandemia do novo coronavírus, o governo suspendeu as licitações e repassou a lista ao ministérios da Defesa e da Saúde, que serão os responsáveis pela vistoria das áreas e posterior construção dos hospitais. Isso será feito de acordo com a demanda de cada região, na medida em que a doença avance e a necessidade de leitos aumente.
"Precisamos ter alternativas para a possibilidade de o sistema público de saúde colapsar. Existem diferentes cenários, quanto mais subir a curva (de infectados), mais necessidade de atendimento. Nesse sentido, o governo já está com a área mapeada", explica o secretário de Coordenação do Patrimônio da União do Ministério da Economia, Fernando Bispo.
Foram reservados espaços em todas as regiões, em 27 Estados. Na lista, há de prédios históricos a grandes terrenos, como as áreas do Pátio do Pari, com 120 mil m², onde funcionava a Feira da Madrugada, e o Pátio ferroviário de Pirituba, com 31,6 mil m², ambos na cidade de São Paulo.
No Rio de Janeiro, foram selecionadas as instalações do Parque Olímpico da Barra - onde foram feitas competições nas Olimpíadas de 2016 -, o Edifício A Noite (na Praça Mauá), que foi o maior arranha-céu da América Latina na época da inauguração, na década de 1930 e chegou a ser considerado o mais alto edifício do mundo em concreto armado, e até uma área da Quinta da Boa Vista, um parque em São Cristóvão.
Três estádios também estão no grupo: em Curitiba (PR), o Estádio do Paraná Clube (Vila Capanema), em Teresina (PI) o Estádio Rei Pelé (Trapichão) e o Estádio de Futebol Aluízio Ferreira (Aluizão), em Porto Velho (Rondônia). As arenas estão em áreas da União cedidas aos clubes. No caso de Curitiba, a área já foi avocada para ficar na reserva em caso de necessidade.
Segundo Bispo, a ideia é que, nas áreas abertas, sejam construídas estruturas temporárias, como a que está sendo feita no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Já prédios e outras construções podem passar por reformas e adaptações e serem aproveitados como hospitais.
A intenção foi escolher duas áreas em cada grande centro, uma para a triagem e outra para internações, que tenham fácil acesso e proximidade com hospitais e centros de saúde já existentes. Foram reservados espaços em todas as capitais e em grandes centros.
Com o maior número de casos registrados até agora, o Estado de São Paulo é também o que possui mais espaços à disposição. São quatro áreas na capital e 16 no interior. Na cidade de São Paulo, os locais estão em um cinturão na região central: além dos dois terrenos há ainda uma antiga escola na região Sul, na área de Interlagos e da represa Billings, e um sítio com 189 mil m² na Via Anhanguera,
No interior, foram selecionadas áreas em cidades como Campinas, Bauru e Mogi das Cruzes. Também foram reservados antigos galpões do Instituto Brasileiro do Café pelo país, foram selecionados galpões e um edifício da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Goiás, e até um clube de servidores, no Distrito Federal.
Na Bahia, um antigo prédio do Dnit, em Salvador está na lista, assim como o Edifício da Sudene, em Recife (PE). No Maranhão, um campo de futebol com 5,9 mil km2 foi reservado em Imperatriz.
Na Região Norte, foram listados espaços como o Armazém Central, em Manaus (AM), e um ginásio em Porto Velho (RO).
De acordo com o secretário, novas áreas poderão ser selecionadas, à medida em que a pandemia avance. O Ministério da Defesa começou agora a vistoria dos imóveis. Em Roraima, um hospital de campanha em área da União já está em fase final de construção pelo Exército.