'Grande equívoco', diz Sociedade de Dermatologia sobre proibição do fenol pela Anvisa
Em nota, órgão que representa os médicos dermatologistas do país rechaça decisão: "Diversas evidências de eficácia e de segurança do fenol"
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou na noite desta terça-feira (25) uma nota rechaçando a decisão da Anvisa de proibir a comercialização importação e uso de produtos contendo fenol para todos os procedimentos de saúde e estéticos. A decisão da Agência vinculada ao Ministério da Saúde veio 22 dias depois de um homem de 27 anos morrer após um peeling de fenol feito por uma influenciadora, em São Paulo.
"Há diversas evidências de eficácia e de segurança do fenol, quando indicado corretamente e realizado com os cuidados imprescindíveis, como monitoramento cardíaco, hepático, renal, conhecimento da técnica, controle do pós, da possibilidade de infecção cutânia ou até de infecção grave", diz a nota oficial.
Natália Becker, influenciadora que fez o procedimento fatal no último dia 3 de junho, não tinha formação em medicina e possivelmente também não era formada em estética. O caso ainda está em investigação. De acordo com a defesa da empresária, dona de um espaço de estética, ela fez um curso online e recebeu uma apostila de 43 páginas onde teria aprendido a técnica do peeling de fenol.
Na nota divulgada hoje, a entidade que representa os médicos dermatologistas do Brasil ainda reforça que o peeling de fenol só deve ser feito por "médicos habilitados e capacitados, de preferência dermatologista ou cirurgião plástico."
Leia a nota da SBD na íntegra:
"A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), considera um grande equívoco a Resolução RE n° 2384/2024, publicada nesta terça-feira (25), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em que proíbe a comercialização, importação e uso de produtos contendo fenol para todos os procedimentos de saúde, dando a entender que está proibida a utilização do fenol para procedimentos invasivos pelos médicos.
Há diversas evidências de eficácia e de segurança do fenol, quando indicado corretamente e realizado com os cuidados imprescindíveis, como monitoramento cardíaco, hepático, renal, conhecimento da técnica, controle do pós, da possibilidade de infecção cutânia ou até de infecção grave.
A SBD reitera que é veemente contra a proibição para uso de fenol pelos médicos habilitados e capacitados, de preferência dermatologista ou cirurgião plástico."
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