Grávida, Lexa monitora bebê com ultrassom portátil em casa; é seguro?
Especialista explica como uso incorreto do aparelho pode comprometer a saúde da mãe e do bebê; entenda os motivos
A cantora Lexa, de 29 anos, usou seu perfil no Instagram para compartilhar um momento fofura ao lado do marido Ricardo Vianna, de 32 anos. Os dois adquiriram um ultrassom portátil para acompanhar os movimentos de Sofia, primeira filha do casal.
"Momento Sofia. Amamos ficar olhando nossa pequena pelo nosso ultrassom portátil. Nossa joia, nossa benção de Deus!", escreveu a cantora na publicação.
O aparelho tem se tornado uma opção popular entre gestantes, permitindo que elas escutem o coraçãozinho do bebê ou, em alguns casos, até visualizem imagens do feto sem sair de casa. No entanto, a questão sobre a segurança e eficácia desses dispositivos durante a gestação é uma dúvida comum.
Lexa chegou até uma seguidora que a questionou sobre o uso do aparelho. "Ultrassom não faz mal. Eu não faço todos os dias, faço quando chego de shows ou em algum dia muito cansativo. Aí gosto de ver como está a princesa", explicou a cantora.
Para esclarecer esse tema, o Terra Você conversou com Edson Vieira da Cunha Filho, Chefe de Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento, que compartilhou informações importantes sobre o uso desses aparelhos.
Existem dois tipos de aparelhos
De acordo com o especialista, existem dois tipos de ultrassom portátil amplamente disponíveis: aqueles que apenas captam o som do batimento cardíaco do bebê e os que geram imagens do feto. Embora ambos os tipos sejam, em princípio, seguros, é essencial que a gestante tenha algum tipo de treinamento para usá-los corretamente.
"A reprodução de imagens é um ato médico e requer um mínimo de treinamento. A interpretação equivocada das imagens pode gerar conclusões erradas sobre o estado de saúde do bebê", alerta o médico.
Em relação ao ultrassom que captura apenas os batimentos cardíacos, o risco está na possibilidade de confundir sons.
"A mãe pode acabar ouvindo sons relacionados à movimentação do bebê ou até ao seu próprio batimento cardíaco, o que pode ser interpretado de forma equivocada", explica Cunha Filho.
Esse tipo de erro pode levar a conclusões incorretas, como a falsa impressão de que o bebê está com a frequência cardíaca baixa, quando, na verdade, é a mãe quem está sendo captada pelo aparelho.
Aparelho não substitui consultas
No entanto, o especialista destaca que o uso desses dispositivos, se feito corretamente, não oferece riscos à saúde. "Não há perigo, exceto nas situações de falsas interpretações", afirma.
Mesmo assim, é fundamental que, ao perceber alterações nos batimentos, a gestante busque imediatamente a orientação de um médico, seja por telefone ou indo até uma emergência obstétrica.
Em casos de ultrassom portátil que gera imagens, o médico ressalta a importância de sempre contar com a orientação de um profissional.
"Esses aparelhos, se usados sem o devido acompanhamento, podem gerar imagens equivocadas. Se um médico estiver guiando a paciente, a chance de erro diminui consideravelmente", explica.
"Esses aparelhos não devem substituir os exames realizados por especialistas. Embora possam ser úteis em situações específicas, como avaliar a movimentação fetal ou o líquido amniótico, eles não têm a precisão necessária para realizar uma avaliação completa do desenvolvimento do bebê", completa.
Para garantir a segurança ao utilizar um ultrassom portátil, Cunha Filho recomenda que as gestantes nunca realizem o exame sozinhas. "Se a mulher estiver usando um aparelho que reproduz imagens, é imprescindível que ela seja orientada por um médico treinado", orienta.
Embora o ultrassom portátil seja uma ferramenta interessante e útil para as gestantes, ele deve ser usado com cautela e sempre sob orientação médica para evitar interpretações equivocadas que possam comprometer a saúde da mãe e do bebê.