Gravidez após oral e outras formas raras de concepção são registradas por pesquisador
Possibilidades extremamente raras foram registradas por um professor de Anatomia Clínica da Universidade de Lancaster, na Pensilvânia (EUA)
É conhecido que um óvulo precisa ser fertilizado por um espermatozóide durante uma fase precisa do ciclo menstrual para que a vida aconteça. Mas isso não significa que toda gravidez ocorra dessa forma.
O professor e diretor do Centro de Aprendizagem em Anatomia Clínica, da Universidade de Lancaster, Adam Taylor, registrou exemplos de mulheres que engravidam em circunstâncias extremamente raras, que você nem imagina que fossem possíveis.
Por meio de sexo anal
Embora os casos de gravidez resultantes de sexo anal sejam incrivelmente raros, de acordo com o professor, eles acontecem. Mas eles só ocorreram em pessoas com uma anormalidade reprodutiva chamada malformação cloacal.
Essa anormalidade ocorre em uma em cada 50 mil mulheres e exige cirurgia corretiva, e, mesmo assim, há uma alta probabilidade de levar a complicações como insuficiência renal, incontinência, dificuldade para engravidar e maior risco de parto prematuro.
A cloaca é um “orifício comum” para urinar, defecar e reproduzir. É normalmente vista em répteis e aves e até mesmo em ornitorrincos.
Nos seres humanos, o tecido cresce e divide a cloaca em duas ou três aberturas, dependendo do sexo. Porém, em casos raros, esse tecido não consegue separar completamente o reto da cavidade vaginal. Quando isso acontece, os espermatozoides podem nadar através de qualquer abertura na parede do tecido divisor em direção ao óvulo para fertilizá-lo. O óvulo fertilizado se implantará normalmente no útero, como de costume.
Como os espermatozóides funcionam por quimiotaxia, eles são capazes de detectar traços de substâncias químicas que o óvulo produz. À medida que os espermatozóides nadam em direção ao óvulo, a quantidade desses “quimioatraentes” que eles detectam aumenta, sinalizando para que continuem viajando na direção certa.
Por meio do sexo oral
A capacidade obstinada do espermatozóide de navegar em direção ao óvulo é demonstrada pelo pesquisador em um dos relatos de casos mais bizarros registrados na literatura médica.
Como uma pessoa do sexo feminino nasceu sem vagina, isso excluiu a relação sexual com penetração como método de concepção. Porém, ela havia dado entrada no hospital com ferimentos de faca no estômago. Os ferimentos foram o resultado de uma briga de faca entre ela, seu ex ciumento e seu novo parceiro.
Descobriu-se que, pouco antes da briga, ela havia feito sexo oral em seu novo parceiro. Portanto, quando a cirurgia foi feita para reparar as feridas no estômago, potencialmente lavou qualquer esperma que ainda existisse na cavidade abdominal, permitindo que eles migrassem para o óvulo e o fertilizassem.
O pesquisador conta que espermatozoides na cavidade peritoneal (o espaço entre os órgãos abdominais e a parede do corpo) não são inéditos. Essa cavidade contém um fluido especial que ajuda os órgãos a se movimentarem quando o alimento passa por ela. E pesquisas demonstraram que esse fluido também pode ajudar na sobrevivência do esperma, permitindo que ele viaje por essa cavidade até o óvulo.
Gravidez por respingo
“Gravidez por respingo” é outra maneira pela qual uma pessoa pode engravidar sem ter tido relações sexuais. Como o nome sugere, se o sêmen espirrar contra a genitália externa, o espermatozoide pode entrar na vagina e nadar em direção aos ovários.
O professor explica que, no entanto, a gravidez por respingo é altamente improvável. Isso ocorre porque os espermatozóides não sobrevivem por mais de meia hora fora do corpo. Embora os espermatozoides saudáveis nadem a até 5 mm por minuto, eles só sobrevivem por um período limitado de tempo (até cinco dias na genitália da mulher).
Das centenas de milhões de espermatozóides que são ejaculados na vagina durante a relação sexual, quando as condições são ideais, apenas 200 a 300 chegam ao óvulo. Você pode ver por que uma gravidez com respingos é tão rara.
Gravidez dupla
O corpo tem um mecanismo que impede a ocorrência de gestações subsequentes quando a mulher já está grávida. Isso é verdade mesmo para as mulheres que nasceram com dois úteros, pois esses mecanismos trabalham arduamente para evitar uma segunda gravidez.
O professor conta que os hormônios impedem a ovulação e produzem um tampão de muco espesso que cobre o colo do útero para impedir que o esperma entre no útero em direção ao ovário.
Mas um evento, chamado superfecundação, joga essas regras pela janela. Nesse processo, uma segunda gravidez se manifesta enquanto a primeira já está em andamento. A maioria dos casos registrados foi em mulheres que passaram por fertilização in vitro.
As duas gestações geralmente ocorrem muito próximas uma da outra, normalmente com duas a quatro semanas de diferença. Isso significa que os bebês podem nascer ao mesmo tempo, como gêmeos. Embora haja uma diferença de idade gestacional, a maioria dessas gestações progride normalmente sem complicações além do que é visto de forma mais ampla.
“É claro que esses exemplos são extremamente raros, portanto, você provavelmente não precisa se preocupar muito. Mas se não estiver planejando engravidar tão cedo, certifique-se de usar métodos contraceptivos”, indica o pesquisador.