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Grupos de alto risco para o HIV ameaçam controle da Aids, alerta OMS

15 jul 2014 - 12h27
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Cinco grupos-chave, incluindo os homossexuais, prostitutas e prisioneiros, têm significativamente altas taxas de HIV que estão ameaçando o progresso da luta mundial contra a Aids, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.

Essas pessoas têm maior risco de se infectar com o vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, que causa a Aids, e mesmo assim são as menos propensas a adotar prevenções contra o HIV, realizar testes e tratamento, disse a agência de saúde das Nações Unidas com sede em Genebra.

"Globalmente estamos falhando com certas populações que têm o maior risco, ainda que saibamos que o acesso em geral aos serviços de saúde é precário. São os homens que mantêm relações sexuais com homens, profissionais do sexo, pessoas transsexuais, especificamente homens transsexuais, pessoas que usam drogas injetáveis e pessoas que estão em prisões ou outros estabelecimentos fechados", disse Gottfried Hirnschall, diretor de departamento na OMS, em uma entrevista coletiva.

"Nós estamos vendo explodir epidemias em algumas dessas populações-chave", disse ele, acrescentando que até 50 por cento dos novos casos de infecção pelo HIV ocorrem nesses grupos.

A OMS disse que estudos estimam que as profissionais do sexo feminino são 14 vezes mais propensas a adquirir o HIV do que outras mulheres, os homens gays são 19 vezes mais propensos a ter o HIV do que a população em geral, e os homens transsexuais têm quase 50 vezes mais probabilidade do que os outros adultos a ter HIV. Para os usuários de drogas injetáveis, os riscos de infecção pelo HIV podem ser 50 vezes maiores do que na população em geral.

Pela primeira vez a OMS disse que "recomenda fortemente" que os homens que mantêm relações sexuais com homens deveriam considerar tomar medicamentos anti-retrovirais como uma forma extra de se proteger contra a infecção pelo HIV, ao lado do uso de preservativos.

Tal abordagem, conhecida como profilaxia pré-exposição ou PrEP, é uma forma de as pessoas que não têm o HIV, mas correm o risco de adquiri-lo, se protegerem tomando um único comprimido, geralmente uma combinação de dois anti-retrovirais, diariamente.

O PrEP, quando adotado de forma consistente, tem demonstrado reduzir o risco de infecção por HIV em pessoas de alto risco em até 92 por cento.

"A razão pela qual estamos adicionando essa opção de prevenção para homens que têm relações sexuais com homens são esses aumentos muito preocupantes na incidência do HIV", disse Rachel Baggaley, coordenadora de departamento da OMS.

Especialistas em Aids estimam que, globalmente, a incidência do HIV entre homens homossexuais poderia ser reduzida entre 20 a 25 por cento com o PrEP, evitando até 1 milhão de novos casos de infecção nesse grupo em 10 anos.

PROGRESSO

Cerca de 35,3 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o HIV, mas o número crescente de pacientes reflete grandes avanços nos últimos anos no desenvolvimento de testes de HIV sofisticados e combinações de medicamentos contra a Aids e sua distribuição para boa parte dos que precisam deles para viver.

Como resultado, o número anual de mortos pela Aids está caindo, registrando 1,6 milhão de vítimas em 2012 de um pico de 2,3 milhões em 2005. Novas infecções por HIV estão também em constante declínio, uma queda de cerca de um terço em 2013 em relação a 2011.

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