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HIV pode afetar órgãos específicos? Como acontece a transmissão e mais dúvidas

Especialistas explicam como vírus pode afetar o sistema imunológico e alertam sobre as formas de transmissão

15 out 2024 - 11h12
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Pacientes foram infectados com HIV em transplante de órgãos
Pacientes foram infectados com HIV em transplante de órgãos
Foto: fernandozhiminaicela/Pixabay

Seis pessoas contraíram HIV após passarem por procedimento de transplante de órgãos no Rio de Janeiro. É a primeira vez que uma situação desse tipo ocorre no Brasil. 

Inicialmente, uma das infecções foi descoberta quando um paciente que recebeu um coração começou a passar mal nove meses depois do transplante. Em seguida, após uma bateria de exames, veio o diagnóstico. 

Após avaliações médicas detalhadas, foi descoberto que o órgão doado tinha origem em um doador soropositivo, diagnóstico que, de alguma forma, não foi detectado durante o processo inicial de triagem.

Os órgãos foram considerados pelo laboratório PCS Labs como livres do vírus e, portanto, aptos para os transplantes em seis pacientes, que acabaram infectados pelo vírus. A Polícia Civil investiga se há negligência no controle de qualidade do laboratório.

HIV pode afetar órgãos específicos? 

Jessica Ramos, médica infectologista do Hospital Sírio Libanês, explica em entrevista ao Terra Você que o HIV afeta o corpo de maneira sistêmica, mas há órgãos e sistemas mais vulneráveis ao seu impacto, especialmente aqueles relacionados ao sistema imunológico.

“A infecção pelo HIV compromete diretamente os linfócitos CD4+, que são cruciais para a resposta imune, o que facilita o desenvolvimento de doenças oportunistas em diversos órgãos”, diz a médica.

Algumas das áreas mais afetadas incluem:

  • Sistema imunológico (baixa contagem de células CD4);
  • Sistema nervoso central (HIV pode causar demência associada ao vírus, meningite e outras condições neurológicas);
  • Rins (nefropatia associada ao HIV).

Receptor e equipe médica devem considerar riscos em transplantes de órgãos

A infectologista explica que no caso de transplantes de órgãos infectados com HIV, tanto o receptor quanto a equipe médica precisam considerar riscos específicos.

Para o receptor, existe o risco de transmissão do HIV. Se o receptor não for HIV positivo, existe o risco de contrair o vírus através do órgão transplantado.

O receptor já estará sob medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição do órgão, o que pode exacerbar os efeitos do HIV, facilitando infecções oportunistas e complicações associadas.

No que diz respeito à equipe médica, a especialista conta que as medidas de precaução são ditas universais. Com todos os pacientes a equipe médica e a equipe multidisciplinar (enfermagem, fisioterapia, nutrição) deve tomar os mesmos cuidados protocolares com quem sabidamente vive com o vírus e também com quem não tem esse diagnóstico. 

Órgãos de uma pessoa com HIV podem ser utilizados com segurança em transplantes?

Igor Marinho, médico infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que, de um modo geral, órgãos de pessoas que vivem com HIV não são utilizados em transplante. De acordo com o especialista, já houve algumas situações, eventualmente, de quando há uma necessidade muito grande e quando a doença pelo HIV é bem controlada. 

“Mas de um modo geral, órgãos contaminados de pessoas que têm infecção pelo vírus HIV não são utilizados em estratégias de transplante”, diz.

O médico reforça que pacientes receptores de órgãos de pessoas vivendo com HIV correm o risco de desenvolver a infecção pelo vírus HIV e ter todo o comprometimento relacionado à doença, que está diretamente caracterizado pela deficiência imunológica.

Como acontece a transmissão?

É importante salientar que a transmissão do HIV e, por consequência da aids, acontece das seguintes formas:

  • Sexo vaginal sem camisinha;
  • Sexo anal sem camisinha;
  • Sexo oral sem camisinha;
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa;
  • Transfusão de sangue contaminado;
  • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
  • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

O Ministério da Saúde destaca que é importante quebrar mitos e tabus, esclarecendo que a pessoa NÃO se infecta por HIV das seguintes maneiras:

  • Sexo, desde que se use corretamente a camisinha;
  • Masturbação a dois;
  • Beijo no rosto ou na boca;
  • Suor e lágrimas;
  • Picada de inseto;
  • Aperto de mão ou abraço;
  • Sabonete/toalha/lençóis compartilhados;
  • Talheres/copos compartilhados;
  • Assento de ônibus compartilhado;
  • Piscina compartilhada;
  • Banheiro compartilhado;
  • Doação de sangue;
  • Pelo ar.

Quando fazer o teste de HIV?

O teste de HIV deve ser feito com regularidade e sempre que você tiver passado por uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha. É importante que a pessoa saiba se tem HIV, para buscar tratamento no tempo certo, possibilitando maior qualidade de vida. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente testes para diagnóstico do HIV.  Os testes rápidos podem ser realizados com a coleta de uma gota de sangue ou com fluido oral e fornecem o resultado em, no máximo, 30 minutos.

Fonte: Redação Terra Você
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