Idoso volta a ser internado com tumor facial gigante três meses após cirurgia no RN
José Nilton Cardozo, 65, enfrentou batalha na Justiça para ter direito ao tratamento. Agora, enfrenta novo drama com o crescimento do tumor
Três meses após a retirada um tumor gelatinoso gigante do rosto, um idoso de 65 anos foi novamente internado em Natal (RN) depois que o tumor voltou a crescer, provocando dores intensas. José Nilton Cardozo foi hospitalizado na segunda-feira, 30, no Hospital Santa Catarina, na Zona Norte da Capital potiguar.
Familiares relataram à Inter TV Cabugi, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Norte, que o tumor evoluiu a um tamanho próximo ao original e que José Nilton precisou ser internado para o tratamento das dores e a realização de novos exames.
Atualmente, o estado de saúde dele é considerado delicado, mas estável, segundo a família. Ele segue em isolamento e não pode receber visitas.
A equipe médica aguarda a realização dos exames para determinar se o tumor, que era benigno, evoluiu para um meningioma anaplásico, considerado maligno. Os médicos também avaliam a necessidade de sessões de radioterapia durante o tratamento.
Batalha judicial e primeira cirurgia
À época da primeira cirurgia, o idoso chegou a receber 18 doses de morfina em um dia para tratar das dores causadas pelo tumor facial. Ele foi operado no dia 12 de agosto, após cinco meses de uma batalha na Justiça.
A cirurgia durou 4 horas e foi realizada em Natal, na Policlínica, hospital parceiro da Liga Contra o Câncer do Rio Grande do Norte. Os médicos conseguiram retirar boa parte do tumor que tomava o rosto do marceneiro, deixando somente uma pequena porção que estava localizada em uma região delicada por trás da aorta.
"A cirurgia foi um sucesso. O médico se surpreendeu, porque foi mais simples do que ele imaginava. Ele acreditava que o tumor já estaria enrijecido, mas ele estava gelatinoso, então foi tranquilo", acrescentou Mirnarí, que é advogada e foi a responsável por mover uma ação judicial contra o estado e conseguir o valor de R$ 60 mil para cobrir as despesas hospitalares.
A demora da operação aconteceu porque o marceneiro teve que esperar por meses para realizar uma embolização, procedimento que interrompe o fluxo de sangue para o tumor. O material que realizava esta pequena intervenção estava em falta no Rio Grande do Norte.
José, portanto, teve que entrar na Justiça para acelerar a compra deste material. Após a intervenção, o paciente foi transferido para a Policlínica, onde realizou a retirada do tumor.