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Infertilidade: parentalidade tardia, poluição e obesidade podem explicar aumento

Outras possíveis causas incluem obesidade e poluição ambiental; problema impacta homens e mulheres na mesma proporção

22 jun 2023 - 05h00
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Imagem que representa um casal vendo um teste de gravidez
Imagem que representa um casal vendo um teste de gravidez
Foto: iStock

Questões biológicas, sociais e ambientais podem estar relacionadas com o aumento da infertilidade ao redor do mundo. Um levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em abril deste ano, mostra que um a cada seis adultos, o equivalente a 17,6% da população, sofre com o problema atualmente.

Nas Américas, esse número chega a 20%, de acordo com o ginecologista Marcelo Cavalcante, especialista em reprodução humana. É ele quem sugere, em entrevista ao Terra, alguns fatores que podem impactar a fertilidade. São eles:

  • Parentalidade tardia

Como frisa o médico,  existe uma relação inversamente proporcional entre a qualidade dos óvulos e a idade da mulher. "A mulher já nasce com o total de óvulos para toda a sua vida reprodutiva. Assim, com o avançar da idade, os óvulos perdem qualidade, dificultando a gravidez natural e aumentando o risco de perda gestacional, especialmente devido a alterações genéticas do concepto".

Já os homens produzem espermatozóides por toda a vida, mas estudos recentes já confirmam a perda substancial de qualidade com o avanço da idade. Isso também dificulta a geração de uma gravidez e eleva o risco de complicações nos futuros filhos.

  • Obesidade

"A obesidade interfere diretamente na qualidade dos gametas (óvulos e espermatozóides). Alterações hormonais e um processo inflamatório crônico observado nos homens e mulheres com IMC elevado são os principais fatores responsáveis pela má qualidade dos gametas", pontua o médico.

  • Estilo de vida

Ao falar em estilo de vida, Cavalcanti cita hábitos como etilismo e tabagismo, ambas práticas relacionadas ao risco aumentado de má qualidade de gametas. Além disso, fumar reduz a quantidade de óvulos da mulher.

  • Contaminantes

Ele menciona alguns compostos chamados de "contaminantes ambientais", a exemplo do bisfenol e ftalatos que são liberados por plásticos. De acordo com o ginecologista, essas substâncias prejudicam a produção de gametas por terem ação semelhante a hormônios que interferem na gametogênese.

  • Poluição ambiental

"Vários estudos já observaram que partículas de poluentes na atmosfera interferem na qualidade espermática", confirma.

Problema de homens e mulheres

Em geral, a infertilidade deve ser investigada quando o casal passa 12 meses tentando gerar uma vida, sem sucesso.

Se a mulher tiver mais de 35 anos, o problema pode ser apontado após seis meses, afinal essa é a idade média em que a quantidade e a qualidade dos óvulos apresenta um maior declínio. Para os homens, o alarme toca um pouco mais tarde: entre 45 e 50 anos.

Ainda assim, de modo geral, a estatística é similar para homens e mulheres - com 35% dos casais, a infertilidade é feminina, e com outros 35%, é masculina. Em outros 20% dos casos, ambos são inférteis e nos 10% restantes, a causa de infertilidade é desconhecida.

Quem são as mulheres mais suscetíveis a problemas de fertilidade?

Um estudo publicado na Biblioteca Nacional de Medicina, com amostras de quatro cidades dos Estados Unidos, identificou que mulheres negras são as mais propensas a ter problemas de fertilidade.

Ao trazer a realidade para o Brasil, Marcelo Cavalcante não observa um recorte étnico-racial sobre a questão. No entanto, ele pondera que populações com maior vulnerabilidade — fatores educacionais, tabagismo, risco de doenças e dificuldade de acesso a serviços de saúde — estão expostas a condições que levam à infertilidade.

Fonte: Redação Terra Você
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