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Já é o momento de se preocupar com a varíola dos macacos? Especialistas respondem

A doença foi colocada como emergência de saúde pública pela OMS e nos EUA; Brasil já registra mais de 1,7 mil casos de varíola dos macacos

6 ago 2022 - 05h00
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Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ultrapassou os 1,7 mil casos da doença
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ultrapassou os 1,7 mil casos da doença
Foto: REUTERS/Dado Ruvic

O mundo ainda vive os efeitos da pandemia de Covid-19 e uma outra doença começa a ganhar destaque no noticiário mundial, e cada vez mais próxima do Brasil: a varíola dos macacos. Surtos da doença têm sido registrados em diversos países e levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública internacional por causa da doença. Os Estados Unidos fizeram o mesmo na última quinta-feira, 4.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já registrou mais de 1,7 mil casos de varíola dos macacos, com crescimento de mais de 60% somente na última semana. O estado de São Paulo lidera com quase 1,3 mil casos, seguido do Rio de Janeiro, com 190 casos, e Minas Gerais, com 75. Com esses números, cresce a insegurança e o medo de enfrentarmos outra pandemia.

Para o infectologista Evaldo Stanislau de Araújo, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), a situação demanda um estado de alerta. A varíola é causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (ortopoxvírus) da varíola humana.

"Podemos dizer que é uma epidemia por causa do aumento simultâneo do número de casos em quase uma centena de países, em todos os continentes. A gente já pode dizer até que é uma pandemia, mas não é grave igual à Covid-19", explica o médico, que também integra a diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia. 

O infectologista pediátrico André Ricardo Araújo, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), alerta que é preciso olhar com atenção o número crescente de casos.

"Ainda não é uma pandemia, mas é preciso um esforço conjunto para identificar e prevenir casos de uma forma mais efetiva", afirma. "O número deve crescer no Brasil nas próximas semanas", estima. 

Diante do cenário, Stanislau avalia que o Brasil já devia adotar uma série de medidas para se preparar para a doença. Entre elas, educar os médicos, para que entendam o que estamos enfrentando; aumentar a quantidade de diagnósticos e a notificações e isoalr pacientes infectados. 

Dois momentos da varíola dos macacos

O infectologista André Ricardo Araújo divide a varíola dos macacos em dois períodos. No período inicial, que compreende o período entre o primeiro e o quinto dia de sintoma, é comum a ocorrência de febre, dor de cabeça, ínguas no pescoço ou axila, dor muscular ou nas costas e falta de energia. 

Segundo Araújo, depois de três dias após a febre, a pessoa começa ter erupções cutâneas.

"Elas começam a aparecer como pápulas, lesões firmes e levemente elevadas. Depois vêm vesículas, que são lesões cheias de líquido, evoluem para pústula, lesão que fica com o líquido amarelado, e finalmente a crosta", detalha o infectologista.

Stanislau acrescenta que tem sido raro encontrar um paciente que apresente múltiplas lesões. Normalmente, são encontradas de cinco a dez lesões por pessoa, e acabam aparecendo com mais frequência na genitália, no rosto e nos membros.

Como é transmitida a varíola dos macacos

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é possível pegar a varíola dos macacos de três maneiras: através do contato próximo com as lesões de pele, por meio de secreções respiratórias ou oao compartilhar objetos usados por uma pessoa que está infectada.

O infectologista Evaldo Stanislau explica que o predomínio da transmissão da doença está na população de homens que fazem sexo com homens, no entanto, essa doença não é exclusiva dessa parcela da população.

"Qualquer pessoa pode pegar, uma vez que a transmissão é por contato com as lesões", destaca o médico. 

Diferentemente da Covid-19, em que há transmissão pelo ar, o entendimento atual em relação à varíola dos macacos é que o monkeypox e espalha por meio do contato próximo com uma pessoa infectada. Essa transmissão pode ser feita pelas lesões características na pele ou por gotículas expelidas pelo sistema respiratório, como nos espirros.

A pessoa contaminada deixa de ser um foco de transmissão quando as lesões na pele secam, segundo explica Stanislau.

Como tratar a varíola dos macacos

A varíola dos macacos é considerada uma doença autolimitada, ou seja, ela geralmente se resolve sozinha. Os sintomas costumam durar de 2 a 4 semanas.

Não existem tratamentos específicos para infecções por vírus da varíola dos macacos, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Da mesma forma, também não existe vacina específica para a doença.

Por outro lado, três vacinas contra a varíola humana podem ser usadas contra a doença causada pelo monkeypox. Dados iniciais apontam que o imunizante produzido pela Bavarian Nordic tem efetividade de 85% contra a varíola dos macacos.

Como se proteger da varíola dos macacos, então? 

Mesmo que a varíola dos macacos não seja classificada como uma infecção sexualmente transmissível (IST), especialistas alertam que pessoas que não têm um parceiro sexual fixo. A recomendação é diminuir a quantidade de parceiros nas relações sexuais, para evitar a transmissão. 

O uso de preservativo também diminui a exposição, sobretudo na região genitália.

"Mas isso não é suficiente já que existem outras áreas não cobertas pelo preservativo e que podem infectar", explica o médico Evaldo Stanislau. 

Outra medida importante é evitar compartilhar itens pessoais, como lençol, roupa íntima, toalha de banho, talheres e qualquer tipo de roupa ou utensílio que possa ter tido contato com as lesões. 

*Com edição de Estela Marques.

Fonte: Redação Terra
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