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Jornalista cria agência especializada em notícias sobre Aids

23 jul 2014 - 08h01
(atualizado às 14h58)
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<p>A jornalista Roseli Tardelli, responsável pela criação da agência de notícias especializada em produzir, reproduzir e repercutir reportagens, matérias e conteúdos relacionados ao HIV, além de orientar a imprensa com relação ao tema</p>
A jornalista Roseli Tardelli, responsável pela criação da agência de notícias especializada em produzir, reproduzir e repercutir reportagens, matérias e conteúdos relacionados ao HIV, além de orientar a imprensa com relação ao tema
Foto: @Agência-de-Notícias-da-Aids/Facebook / Reprodução

Após perder o irmão de 30 anos em decorrência da Aids, Roseli Tardelli, 53 anos, sentiu que, como jornalista, precisava dar uma contribuição diferente à sociedade. Foi então que, em maio de 2003, fundou uma agência de notícias especializada em divulgar informações sobre a doença. Na época, ela e seus parentes protagonizaram uma briga pública para que o plano de saúde pagasse o tratamento médico. A batalha foi ganha, mas a satisfação pessoal não veio. Em meio a isso, Roseli começou a sentir que o jornalismo tradicional não fazia mais sentido.

No ano passado, em parceria com Cristina Sant’Anna, Roseli escreveu o livro O Valor da Vida – 10 anos da Agência Aids, narrando a história de criação da agência, responsável por produzir, reproduzir e repercutir reportagens, matérias e conteúdos relacionados ao HIV, além de orientar a imprensa com relação ao tema. Atualizado diariamente, o portal conta com o financiamento do Senac e da Câmara Municipal de São Paulo e tem o apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e do Governo do Estado de São Paulo.

"Quando vivenciamos nossa impotência em relação a uma doença ou uma pandemia como é a questão da Aids, reorganizamos alguns valores. Hoje sou mais humana, tenho mais cuidado com as pessoas. Aqui na agência, nós não temos olhares de censura ou julgamento, diferente do que aconteceu na mídia nos anos 1980”, conta Roseli, referindo-se à forma como o assunto era tratado pela imprensa quando a doença foi descoberta. “Era o câncer gay.”

<p>A equipe que trabalha na Ag&ecirc;ncia. O portal &eacute; atualizado diariamente e conta com o financiamento do Senac e da C&acirc;mara Municipal de S&atilde;o Paulo</p>
A equipe que trabalha na Agência. O portal é atualizado diariamente e conta com o financiamento do Senac e da Câmara Municipal de São Paulo
Foto: @Agência-de-Notícias-da-Aids/Facebook / Reprodução

Entre os desafios enfrentados para a implementação do projeto, um se destaca: “Muitos pensam que a empresa é uma ONG e não é nada disso. Somos uma agência de notícias que quer tentar trazer a pauta da Aids de novo para os cotidianos das grandes redações, dessa vez com um viés um pouco mais solidário, humano e responsável. Estamos tratando de uma doença que afeta 32 milhões de pessoas em todo mundo”, conta a jornalista.

Conquistas também no continente africano

Formada em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Roseli foi a primeira mulher a ancorar um radiojornal e apresentar o programa Roda Vida, da TV Cultura. Com o sucesso da Agência Aids, a profissional aproveitou para fundar, em 2009, a Agência Sida em Moçambique, na África, que trata do mesmo tema, mas relacionado aos dados e à população locais. O veículo conta com o apoio do Unaids e do Unicef.

<p>Em 2013, em parceria com Cristina SantAnna, Roseli escreveu o livro O Valor da Vida - 10 anos da Agência Aids, narrando a história de criação da agência que quer orientar a mídia para que ela dê um viés mais humano, solidário e responsável à doença</p>
Em 2013, em parceria com Cristina SantAnna, Roseli escreveu o livro O Valor da Vida - 10 anos da Agência Aids, narrando a história de criação da agência que quer orientar a mídia para que ela dê um viés mais humano, solidário e responsável à doença
Foto: @Agência-de-Notícias-da-Aids/Facebook / Reprodução

Para o futuro, “se a gente conseguir que os países de língua africana e portuguesa tenham um serviço como o que fizemos em Moçambique, teremos uma contribuição bastante significativa”, diz Roseli. “Hoje eu procuro correr atrás do prejuízo, ajudando a construir uma nova forma de comunicação para ver se as pessoas percebem a sua vulnerabilidade. Acho que ainda falta campanha e ação. Falta a gente dizer para as pessoas que viver com nenhuma doença é bom e viver com Aids também é possível.”

Fonte: Dialoog Comunicação
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