Jovem com 'a pior dor do mundo' revela melhora após internação
'A dor é a mesma, o que reduziu foi a frequência', disse Carolina Arruda, que está cogitando eutanásia
Carolina Arruda, jovem que convive com a neuralgia do trigêmeo, conhecida como a "pior dor do mundo", segue em sua jornada em busca de alívio. Após a primeira etapa de tratamento na Santa Casa de Alfenas, em Minas Gerais, a paciente relata avanços significativos, como a redução da frequência das crises dolorosas, mas também os desafios de lidar com uma doença crônica e debilitante.
Em entrevista ao G1, Carolina compartilhou suas experiências durante a internação. "A dor é a mesma, o que reduziu foi a frequência", afirma a jovem, destacando a importância do tratamento para melhorar sua qualidade de vida. Antes da internação, as crises podiam durar até 5 minutos, enquanto agora não ultrapassam 2 minutos.
A primeira etapa do tratamento, que incluiu medicamentos, terapia e neuromodulação, proporcionou um alívio momentâneo, mas a dor retornou após alguns dias. Mesmo assim, Carolina se mostra otimista com os resultados obtidos até o momento. "Eu estou esperançosa com o novo tratamento. É um tratamento relativamente novo para Neuralgia do Trigêmeo", afirma.
Amanhã, sexta-feira (26), Carolina será internada novamente para a realização de uma cirurgia de implante de dispositivos que bloquearão a passagem da dor até o cérebro. Essa nova etapa representa avanço na busca por um controle mais efetivo da doença.
Três cirurgias e pedido de eutanásia
A jovem estudante de Medicina Veterinária mora na cidade de Bambuí (MG), e sofre de neuralgia do trigêmeo desde os 16 anos. A doença afeta 4,3 pessoas a cada 100 mil, e seu principal sintoma está nas dores crônicas excruciantes.
Para amenizar as crises, Carolina já passou por três cirurgias para tentar corrigir a má formação do nervo trigêmeo e fazer com que veias e artérias não encostem mais nele.
A última, no final do ano passado, deixou o lado direito do rosto da estudante paralisado.
"Já são 11 anos convivendo com essa dor. Tomo morfina e outros medicamentos ainda mais fortes todos os dias. As pessoas muitas vezes acham que é drama e que a dor não é tão intensa assim, mas quem não sofre com essa doença nunca vai conseguir entendê-la."
Em entrevista ao jornal O Globo, Carolina disse que até tentou suicídio duas vezes, já que, durante as crises de dor muito intensa, sente vontade de acabar com a situação a qualquer custo. Foi por esse motivo que ela começou a buscar a eutanásia fora do Brasil. “Eu sou da área da veterinária. Sempre vi o procedimento como um alívio digno para o sofrimento”, explicou.
*com informações da BBC