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Jovem diz que parte do seu crânio está na barriga; e há um motivo para isso

João Cris teve traumatismo cranioencefálico e precisou preservar parte do crânio no abdômen; especialista explica que prática é comum

27 jun 2024 - 12h56
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Parte do crânio de João retirada pelo médicos, foi realocada em sua barriga até ser reposta em sua cabeça
Parte do crânio de João retirada pelo médicos, foi realocada em sua barriga até ser reposta em sua cabeça
Foto: Reprodução/TikTok/@mansao044

O influenciador digital João Cris compartilhou um detalhe curioso do procedimento ao qual foi submetido após sofrer um traumatismo cranioencefálico e perder parte do crânio em um grave acidente. 

“[Parte do] Meu crânio teve que ser serrado porque meu cérebro estava com edema e eu poderia ter morte cerebral ou ficar com sequelas graves para o resto da vida”, explicou João em seu perfil no Instagram.

No entanto, o detalhe que chamou a atenção dos seguidores do jovem, foi que a parte do crânio de João retirada pelo médicos, foi realocada em sua  barriga até ser reposta em sua cabeça.

@mansao044

Olha so o nosso querido joao

♬ som original - Mansão044

Técnica de preservação temporária

Em entrevista ao Terra Você, o médico neurocirurgião Felipe Mendes explica que essa técnica é uma etapa do procedimento para tratamento de traumatismos cranianos chamado craniectomia ou craniotomia descompressiva.

No procedimento, parte do crânio é alojada na região subcutânea do abdômen para posteriormente ser utilizada na cirurgia de reconstrução do crânio, corrigindo a falha quando o cérebro não está mais inchado.

O médico explica que o cérebro está situado dentro de uma estrutura rígida - a calota craniana. Quando existem situações que causam um inchaço ou edema cerebral, como, por exemplo, traumatismos cranianos graves, parte da calota craniana é retirada para permitir que o cérebro tenha mais espaço para se expandir, reduzindo o risco de lesões secundárias que podem ser extremamente graves e até fatais. 

“Manter o fragmento ósseo no abdômen do paciente é uma técnica de preservação temporária. O tecido subcutâneo abdominal é um ambiente estéril e com boa vascularização, ideal para manter o osso viável até que possa ser recolocado”, justifica o especialista.

Ou seja, o osso é mantido em um ambiente favorável e estéril, reduzindo o risco de rejeição ou infecção quando recolocado. A vantagem de preservar o próprio osso é garantir um tecido que mantém as características anatômicas, com menor risco de infecções comparativamente a próteses sintéticas.

De acordo com o médico, essa técnica é realizada para reduzir a pressão intracraniana em casos de traumatismo cranioencefálico grave, com edema cerebral que não responde a tratamentos clínicos. Também pode ser indicada em pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico ou isquêmico,  quando há risco de herniação cerebral devido ao inchaço.

“Sua aplicação é bem estabelecida em centros de trauma e neurocirurgia de alta complexidade, tornando-se relativamente comum nesses contextos específicos”, diz o neurocirurgião.

O profissional conta que uma outra possibilidade seria a preservação em bancos de ossos, porém isso não é uma realidade viável em grande parte das regiões do Brasil.

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Fonte: Redação Terra Você
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