Junho Verde: conheça os sintomas da escoliose
A escoliose atinge 6 milhões de pessoas no Brasil, em sua maioria adolescentes do sexo feminino. O diagnóstico precoce é fundamental
No mês de junho, a atenção se volta para uma questão de saúde que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo: a escoliose. Isso porque este mês é marcado pela campanha Junho Verde, destinada a conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e do tratamento precoce da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 4% da população mundial sofre de escoliose. No Brasil, aproximadamente 6 milhões de pessoas convivem com essa condição, com uma prevalência maior entre adolescentes do sexo feminino.
Afinal, o que é escoliose?
A escoliose é uma condição que se caracteriza por uma curvatura anormal da coluna vertebral. Ela pode variar em termos de severidade e tipo. Conforme explica Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna do Hospital Israelita Albert Einstein, a escoliose pode se dividir em várias categorias, dependendo da sua origem.
"A escoliose congênita é uma forma da doença em que a pessoa já nasce com a deformidade na coluna. Esse tipo resulta de malformações vertebrais presentes desde o nascimento", afirma o médico.
No entanto, explica Miller, a forma mais comum é a escoliose idiopática, que surge sem causas conhecidas. "A escoliose idiopática é frequentemente diagnosticada durante a adolescência, período de rápido crescimento, especialmente em meninas", diz o ortopedista.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas da escoliose variam de acordo com a gravidade da curvatura. Nos casos mais leves, a condição pode ser assintomática e descoberta apenas durante exames de rotina ou em avaliações escolares.
"Em casos mais severos, os sintomas incluem dor nas costas, assimetria nos ombros ou quadris, uma omoplata mais proeminente que a outra e problemas respiratórios, devido à compressão dos pulmões", explica o ortopedista.
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Miller destaca que exames clínicos e de imagem, como a radiografia, são essenciais para identificar a presença e a gravidade da escoliose. "A curva da coluna é medida em graus e, dependendo dessa medida, o tratamento pode variar", afirma o médico.
Tratamento da escoliose
O tratamento da escoliose depende de vários fatores, incluindo a idade do paciente, a gravidade da curvatura e a probabilidade de progressão da deformidade. "Para casos leves, o acompanhamento regular e exercícios específicos podem ser suficientes. Em adolescentes, o uso de coletes ortopédicos pode impedir a progressão da curva", explica o ortopedista.
Em situações de curvatura mais acentuada, a cirurgia pode ser necessária. A cirurgia de fusão espinhal é a técnica mais comum utilizada para corrigir a curvatura, unindo duas ou mais vértebras de forma a impedir a progressão da deformidade. Segundo Miller, os avanços na técnica cirúrgica e nos materiais utilizados têm melhorado significativamente os resultados e a recuperação dos pacientes.
Importância da conscientização
A conscientização sobre a escoliose é crucial para que mais pessoas procurem diagnóstico e tratamento precoces. Por isso, campanhas como o Junho Verde têm um papel fundamental na disseminação de informações e na desmistificação da doença.
Miller ressalta que a detecção precoce pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida dos pacientes, evitando complicações e melhorando os resultados do tratamento.
"O Junho Verde serve como um lembrete da importância de uma abordagem proativa para o manejo da escoliose. Diagnóstico precoce, tratamento adequado e conscientização são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas que enfrentam essa condição", conclui o especialista.