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Khloé Kardashian retira tumor no rosto: entenda o câncer melanoma

Empresária descobriu câncer melanoma ao caso. Este é o tipo mais perigoso de câncer de pele, mas também o mais raro

21 set 2023 - 17h02
(atualizado em 22/9/2023 às 17h55)
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A empresária e influencer Khloé Kardashian revelou através das redes sociais que recebeu o diagnóstico para melanoma, um tipo de câncer de pele. A descoberta aconteceu ao acaso, quando a famosa percebeu um pequeno sinal suspeito no rosto, que se assemelhava a uma espinha, e buscou aconselhamento especializado. 

Após a confirmação do diagnóstico, Khloé foi submetida a uma cirurgia para remoção do tumor. Além disso, para uma ressecção completa da área, por conta do comprometimento do tecido que ficava em volta do melanoma. Ela postou as imagens do processo de recuperação em seu perfil para alertar sobre a importância do diagnóstico e tratamento da doença na fase inicial.

Melanoma

Apesar de raro, o melanoma - tipo menos comum de câncer de pele - é o mais agressivo, principalmente se não tratado precocemente. De modo geral, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele ultrapassa no Brasil a marca de 220.490 mil novos casos ao ano. Quanto ao melanoma, ainda de acordo com o órgão, o subtipo da doença representa 3% das neoplasias malignas no país, com 8.980 diagnósticos previstos para 2023.

Devido sua alta capacidade de metástase, o melanoma tem como principal manifestação inicial o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares. Além disso, segundo a Dra. Sheila Ferreira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, também é importante ficar de olho em outros fatores. 

"A pinta ou sinal possui tons acastanhados e, apesar de aparecer com mais frequência nas áreas expostas ao Sol, pode surgir em qualquer parte do corpo, inclusive nas mucosas. Na pele negra, por exemplo, elas podem aparecer comumente nas palmas das mãos e plantas dos pés", explica.

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Por que o melanoma aparece?

O melanoma tem origem nas células que produzem a melanina - os melanócitos -, responsáveis por determinar a cor da pele. "Devido a exposição prolongada aos raios solares ultravioletas e também às câmaras de bronzeamento artificial, as células passam a se reproduzir descontroladamente. Além disso, o melanoma tem alta possibilidade de metástase - a disseminação da doença para outros órgãos. Contudo, quanto antes for o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso no tratamento ", alerta a oncologista.

 Conforme a médica, entre os principais fatores de risco do câncer melanoma estão:

  • Uso de câmeras de bronzeamento artificial;
  • Pele e olhos claros;
  • Exposição excessiva e prolongada ao sol;
  • Histórico familiar ou pessoal de câncer de pele.

Formas de prevenir

A melhor maneira de prevenir o câncer de pele melanoma é evitando a exposição ao sol das 10h às 16h. Isso porque, neste período, os raios solares são mais intensos. "Outra maneira de evitar a situação é procurar lugares com sombra, investir no protetor solar, usar roupas com proteção UV, bonés, óculos de sol e protetor próprio para os lábios", orienta Sheila Ferreira.

A oncologista reforça ainda que o certo é utilizar o protetor solar até mesmo nos dias nublados, cerca de 15 minutos antes de sair de casa. "É importante que o protetor solar tenha, pelo menos, 30 FPS. Reaplique a cada duas horas ou ainda depois de nadar ou suar".

Também é importante evitar câmaras de bronzeamento artificial - vale lembrar que elas estão proibidas no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009.

Como identificar precocemente 

O diagnóstico precoce do câncer de pele melanoma pode ser realizado a partir de exames clínicos, endoscópicos ou radiológicos. "Através da identificação antecipada, a chance de cura pode chegar a 90%. Apesar de nem sempre manchas ou pintas serem de fato câncer de pele, é fundamental procurar por um especialista para o diagnóstico correto", comenta a oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

A investigação do melanoma começa quando existem pintas ou sinais escuros e de bordas irregulares, que podem aumentar conforme o tempo, ou ainda provocar coceira e descamação no local. "As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o que qualificamos como ABCDE - Assimetria, Bordas irregulares, Cor e Diâmetro e Evolução", explica a especialista, que detalha:

  • Assimetria: quando metade da lesão é diferente da outra parte;
  • Bordas: se a pinta, sinal ou mancha apresenta um contorno irregular;
  • Cor: quando a lesão possui cores diferentes, podendo ser entre vermelho, marrom e preto;
  • Diâmetro: caso a lesão apresente um diâmetro maior do que 6 mm;
  • Evolução: mudanças nas características da lesão ao longo do tempo (tamanho, forma, cor).

Quem tem tatuagens precisa ter mais atenção. Isso porque, os desenhos, principalmente aqueles realizados com tintas escuras, podem acabar atrapalhando a visualização de possíveis lesões na pele. "No caso do câncer de pele melanoma, justamente por sua pigmentação escura nas pintas e sinais, as tatuagens tendem a dificultar as análises durante os testes", explica a médica.

"A boa notícia é que, atualmente, temos diversas opções de tratamento e que as chances de cura aumentam muito quando o diagnóstico é feito em estágios iniciais, daí a importância de procurar precocemente auxílio médico na identificação de uma lesão suspeita", comenta a Dra. Sheila Ferreira.

Estágios do melanoma

Após o diagnóstico, é fundamental analisar qual a extensão da neoplasia. "O câncer de pele melanoma pode ser classificado em estágios (I a IV), sendo I o mais precoce e IV quando há acometimento de órgãos à distância, o que denominamos metástases. "A boa notícia é que para todos os estágios temos opções de tratamento", ressalta a Dra. Sheila Ferreira.

De modo simplificado, nos estágios I e II, a espessura do tumor, o que chamamos de Breslow, é variável e, neste caso, não há acometimento de gânglios/ linfonodos, nem de outros órgãos.

No estágio III, além da pele, as células do melanoma estão presentes nos gânglios, mas não em outros órgãos.

No estágio IV há acometimento de outros órgãos à distância (pulmão, fígado, cérebro).

Para definição do tratamento, além do estadiamento, o oncologista deve avaliar também fatores como sintomas, estado geral do paciente, presença de outras doenças concomitantes, exames laboratoriais e localização do tumor, entre outros.

Tratamento

Na grande maioria dos casos, a doença é diagnosticada em fases iniciais e, habitualmente, o único tratamento necessário é a cirurgia. Nos casos de doenças localmente avançadas, em que há comprometimento dos gânglios/linfonodos, pode ser necessário algum tipo de tratamento complementar, visando reduzir a chance de a doença retornar no futuro.

Para os estágios mais avançados, a terapia alvo, ou imunoterapia são os tratamentos de escolha, pois vão atuar em todas as células, independentemente da localização. "Porém, vale lembrar que cada caso é um caso e, atualmente, temos diversas opções de tratamento. A avaliação cautelosa e individualizada feita pelo oncologista que acompanha o paciente é necessária para determinar a melhor terapia para cada pessoa", finaliza a oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

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