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Laboratório de SC anuncia cadastro para imunização na rede privada com vacina não aprovada no Brasil

Empresa afirma que imunizantes já foram comprados e que chegam em abril; Procon estadual determinou que o laboratório retire a propaganda das mídias sociais

12 fev 2021 - 16h01
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FLORIANÓPOLIS - O Genolab, laboratório de Blumenau, em Santa Catarina, anunciou que pretende iniciar a vacinação contra a covid-19 na rede privada em abril. A empresa usou as redes sociais para divulgar a abertura de um "cadastro de reservas" para quem tem interesse. O Ministério da Saúde já afirmou que a aquisição de imunizantes por empresas está proibida. Além disso, a vacina que o Genolab diz ter adquirido, a Covaxin, da Bharat Biotech, ainda não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Procon de Santa Catarina determinou que a empresa retire a propaganda veiculada na internet, "haja vista que não há aprovação do produto". O laboratório tem 48 horas, a contar do momento do recebimento da notificação, para cumprir a decisão.

O Genolab, laboratório privado de Santa Catarina, diz ter adquirido a vacina Covaxin, que ainda não foi liberada pela Anvisa
O Genolab, laboratório privado de Santa Catarina, diz ter adquirido a vacina Covaxin, que ainda não foi liberada pela Anvisa
Foto: Divulgação/Bharat Biotech / Estadão

empresa não revela quantas doses de Covaxin foram compradas nem o preço que será cobrado dos pacientes. A postagem da empresa encaminha os interessados para um número de WhatsApp, onde informam que, em breve, será lançado um site para pré-reserva sem custos. "Acompanhe o Genolab nas redes sociais. Em breve, vamos divulgar mais informações e novidades sobre a vacina", diz o texto da mensagem automática.

Responsável pelo departamento de marketing do Genolab, Lilian dos Santos disse que após a publicação do anúncio em abril, pessoas de todo o Brasil começaram a procurar o laboratório para o cadastro de reserva. "Estamos estruturando um site com bastante informação, que não será só o cadastro, mas que servirá também para tirar dúvidas. Estamos nos preparando para não termos aglomerações e nos equipando com refrigeradores", afirmou ao Estadão.

Questionada sobre a decisão do governo federal, que em janeiro anunciou a empresários que a vacinação no País ficaria a cargo da gestão pública, a diretora científica do Genolab, Vanessa Remualdo, disse esperar que a decisão seja revista. "Quanto mais pessoas vacinadas, melhor para cada um de nós. Queremos seguir o que precisa ser seguido: se for para vacinar primeiro os grupos de risco, vamos cumprir. Não terá fura-filas", afirmou.

Sobre a quantidade adquirida, a diretora científica disse que se trata de "informação confidencial da empresa". Já sobre o preço que a vacina custaria, ela disse que depende de custos de importação e que não acha "correto" falar em preço antes da liberação pela Anvisa.

O Genolab foi o primeiro laboratório em Santa Catarina liberado pelo Laboratório Central de Saúde Pública - Lacen para realizar testes PCR da covid-19. Segundo Vanessa, a ideia de realizar um pré-cadastro para a vacina foi a forma que a empresa encontrou para se organizar, já que a previsão da chegada das doses compradas da Índia é para meados de abril.

Em janeiro, a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (Abvac) chegou a anunciar intenção de compra de 5 milhões de doses da Covaxim através dos seus associados.

Nessa quinta-feira, 11, após o anúncio do laboratório catarinense, a Abvac emitiu nota afirmando "que não há, até o presente momento, nenhuma marca de vacina sendo comercializada no Brasil pelas clínicas privadas".

"No que diz respeito ao interesse das clínicas associadas a nossa entidade, esclarecemos que cada uma está negociando individualmente com a fornecedora disponível, sob termo de confidencialidade, porém, ressaltamos que antes que sejam cumpridos todos os trâmites regulatórios para que possa haver a comercialização das doses pelas clínicas, qualquer informação sobre preço e prazo de vacinação trata-se de especulação".

A reportagem questionou a Anvisa sobre o anúncio de vacinação na rede privada, mas o órgão ainda não se manifestou sobre o assunto.

A Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, a Secretaria de Saúde do Estado e o Ministério Público de SC desconhecem o assunto.

Estadão
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