Luísa Sonza admite uso exagerado de Rivotril; conheça riscos
Em seu documentário na Netflix, cantora afirmou que já tomou o medicamento com bebida alcoólica e energético
Luísa Sonza surpreendeu seus fãs e os assinantes da Netflix com o lançamento da série documental "Se eu Fosse Luísa Sonza", na última terça-feira (13).
A produção, que explora os bastidores da carreira artística e a vida pessoal da cantora, mostra Luísa relatando episódios de ansiedade, crise do pânico e uso de medicamentos.
O relato sobre o uso de Rivotril, no entanto, chamou a atenção de internautas nas redes sociais. No depoimento, a artista assume que tomava o medicamento de maneira abusiva e o misturava com bebidas alcoólicas e energéticos.
“Eu bebia, tomava energético e metia Rivotril. Eu tomava sete remédios porque, no fundo, eu estava tentando acabar com aquilo. Estava tentando acabar comigo”, afirma Sonza na série, que não deixa claro se a cantora tem acompanhamento de um profissional da área.
O Rivotril é uma medicação que é da classe dos benzodiazepínicos, usado para tratar casos graves de ansiedade, como também controle de crises epiléticas e casos de pânico.
@luisasonzahq ♬ Creepy, scary, horror, synth, tension - Sound Production Gin
A psiquiatra Jaqueline Bifano acredita que a agitação do mundo moderno e a angústia pela entrega de resultados contribuem para a banalização do uso do medicamento, que alivia em minutos os sintomas de ansiedade.
A especialista salienta que nem todo quadro de ansiedade se encaixa com o tratamento aliado ao Rivotril, pois ele é uma medicação controlada, considerada de tarja preta, que pode causar dependência física e química.
“Ele não é uma medicação de tratamento, ele não é uma medicação que vai levar a cura da ansiedade, ele é uma medicação que vai aliviar a ansiedade de forma momentânea”, explica Jaqueline .
Quanto à combinação do medicamento com álcool ou bebidas energéticas, como relatado por Sonza, a profissional enfatiza que essa prática é totalmente contraindicada.
Tanto o Rivotril quanto o álcool deprimem o sistema nervoso central, fazendo com que a pessoa fique mais calma, sonolenta e lentificada. Portanto, o uso de álcool em conjunto com o Rivotril potencializará o efeito do medicamento, resultando em uma depressão mais intensa do sistema nervoso central.
Ainda no documentário, Luísa conta que chegou a tomar “sete remédios”, não especificando se seriam sete comprimidos de Rivotril, único medicamento citado por ela.
O uso em altas doses do remédio, pode levar a pessoa a desenvolver uma depressão mais profunda do sistema nervoso central, eventualmente resultando em estados de coma e até mesmo em óbito. Sua utilização desregulada, pode ocasionar uma dependência química e física.
“Muitas pessoas começam a usar o Rivotril para dormir, ou então de forma desregulada, em casos de ansiedade leve, para ficar mais calmo e o Rivotril vai criando um fator de dependência. A pessoa vai criando um hábito de usar o Rivotril para esses casos vai se tornando dependente daquela medicação”, alerta a médica.
Segundo a psiquiatra é muito importante tratar a causa da ansiedade, o que é feito com uma outra classe de medicação. O Rivotril é um paliativo para tratar de forma pontual e aliviar a ansiedade naquele momento, mas não tratá-la.