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Lula recebe de Alckmin vacina bivalente contra covid-19 e lança movimento por vacinação

Evento foi marcado por clamor ao mascote do SUS, o Zé Gotinha, e vaias à governadora do Distrito Federal, onde a vacinação contra a covid está estagnada

27 fev 2023 - 16h00
(atualizado às 18h07)
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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácia Lula da Silva (PT) se vacinou nesta segunda-feira, 27, contra a covid-19 com uma dose de reforço do novo imunizante bivalente contra a doença. A vacina foi aplicada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que é médico, numa cerimonia em que o petista posou para fotos ao lado do mascote do Sistema Único de Vacinação (SUS), o Zé Gotinha.

A aplicação da vacina em Lula foi um ato simbólico do governo em meio ao evento que lança o "Movimento Nacional pela Vacinação", sob coordenação do Ministério da Saúde, que busca "retomar as altas coberturas vacinais" no País. A primeira etapa da campanha focará na aplicação de doses contra a covid, mas não se restringe aos imunizantes contra esta doença.

"O gesto que nós estamos fazendo aqui não é só para dizer para vocês que vamos ter vacinas para vacinar as pessoas de toda e qualquer idade em todos os postos do País inteiro. Mais importante do que isso, é relembrar que o Brasil já foi o campeão mundial de vacinação e era respeitado pela qualidade dos enfermeiros e enfermeiras", afirmou Lula.

Na semana passada, Lula e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, divulgaram seus cartões de vacinação por meio de resposta à Lei de Acesso à Informação. A decisão do presidente de tornar público seu histórico vacinal e registrar em eventos que está com as doses da covid em dia é uma estratégia do Palácio do Planalto para se contrapor ao posicionamento do ex-presidente Jair Boslonaro (PL), que se recusou a tomar a vacina contra a covid publicamente e manteve em segredo a carteira de vacinação.

Esquema vacinal

O governo pretende com o movimento restabelecer a cultura de vacinação no País e confiança de parte da população nas vacinas. Durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro, o Brasil passou por um processo de quedas constantes nas taxas de imunização. As baixas nos esquemas vacinas foram provocadas, em grande medida, por discursos negacionistas do núcleo duro do antigo governo, sobretudo durante a pandemia de covid.

"Que a gente não acredite no negacionismo, nas bobagens que se fala contra as vacinas. Você pode até não gostar de você e não querer tomar vacina, mas você tem a obrigação de gostar do seu filho (...) É importante que as pessoa tomem as vacinas para que a gente evite desgraças maiores na nossa vida. Não querer tomar vacina é um direito na vida de cada um, mas tomar é um gesto de responsabilidade", prosseguiu o petista, em alusão ao governo Bolsonaro.

Lula fez um apelo às famílias brasileiras para que completem o esquema vacina contra a covid e tomem todas as doses disponíveis para a prevenção de outros doenças. O presidente ainda exaltou os profissionais do SUS. "Pelo amor de Deus, não sejam irresponsáveis. Se tiver vacina, vá lá tomar a vacina, porque a vacina é a única garantia que você têm para não morrer por falta de responsabilidade", afirmou o petista.

O evento de lançamento do movimento nacional de vacinação contou com a presença, além de Lula e Alckmin, da ministra da Saúde, Nísia Trindade, da primeira-dama Janja e da governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP). A substituta de Ibaneis Rocha no governo do DF foi alvo de vaias da militância petista que acompanhou a cerimônia. A campanha de vacinação contra a covid na capital federal está estagnada desde o ano passado.

Em contrapartida às vaias destinadas à governadora, o Zé Gotinha foi aplaudido e recebido aos gritos pela plateia. O mascote do SUS se tornou personagem da campanha presidencial depois de Lula ter se queixado do sumiço do personagem nas campanhas de vacinação do País. Mais cedo nesta segunda, a primeira-dama Janja fez publicações nas redes sociais com a mensagem: "O Zé Gotinha voltou".

Estadão
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