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'Mal de príon': doença que matou Malu Rocha se apresenta com sintomas comuns e não tem cura

Nome da atriz que morreu em 2013 aos 65 anos ficou em alta após o filme que conta a sua história ganhar as telas dos cinemas em novembro.

2 dez 2024 - 16h51
(atualizado às 16h52)
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Resumo
A atriz Malu Rocha morreu em 2013, aos 65 anos, por complicações de uma doença neurodegenerativa de príon, também chamada de "doença da vaca louca"
A atriz Malu Rocha.
A atriz Malu Rocha.
Foto: Divulgação

O filme "Malu", dirigido por Pedro Freire, estreou em novembro, trazendo às telas uma homenagem emocionante à mãe do cineasta, a atriz Malu Rocha. Mais do que um tributo, o longa explora os altos e baixos das relações familiares, mostrando como visões distintas de vida se entrelaçam e influenciam gerações.

A atriz Malu Rocha morreu em 2013, aos 65 anos, por complicações de uma doença neurodegenerativa de príon. No filme, a condição é chamada de "mal de príon" e de "doença da vaca louca".

O que são as doenças de príon?

As doenças de príon são condições neurodegenerativas raras e graves, como a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). Elas resultam de proteínas anormais, conhecidas como príons, que interferem no funcionamento das proteínas normais do cérebro. Esse desequilíbrio leva ao acúmulo de toxinas e à degeneração progressiva do tecido cerebral, causando atrofia e comprometimento neurológico severo.  

Em entrevista ao Terra Você, o neurologista Ítalo Pena, do Hospital Felício Rocho, explica que “essas doenças são fatais e têm progressão rápida, o que as torna particularmente devastadoras tanto para os pacientes quanto para as famílias."

Sintomas e diagnóstico

Inicialmente, os sintomas podem incluir alterações cognitivas, lentidão de pensamento, mudanças comportamentais e desorientação. Com o avanço da doença, os sinais tornam-se mais severos, incluindo demência acelerada, ataxia (dificuldade de coordenação motora), mioclonias (movimentos musculares involuntários) e comprometimento visual. Em poucos meses, o paciente pode entrar em estado vegetativo.  

O médico conta que o diagnóstico das doenças de príon é desafiador e depende de uma combinação de sinais clínicos e exames complementares. 

“A ressonância magnética pode revelar alterações específicas no cérebro, enquanto o eletroencefalograma pode mostrar padrões característicos de atividade cerebral”, destaca Pena. 

Além disso, exames de biomarcadores no líquor auxiliam na identificação, embora o diagnóstico definitivo exija uma biópsia cerebral, procedimento raramente realizado devido aos riscos.  

Existe tratamento ou cura?

“Atualmente, não há cura para as doenças de príon, nem terapias que retardem de forma significativa a progressão”, lamenta o neurologista. O manejo é focado no alívio dos sintomas e no conforto do paciente. Embora estudos experimentais estejam em andamento, ainda não há tratamentos eficazes comprovados.  

Quais são os fatores de risco e as possibilidades de prevenção?

Os fatores de risco variam de acordo com o tipo de doença de príon. A forma esporádica ocorre sem causa conhecida e é a mais comum. Há também a forma genética, associada a mutações no gene PRNP, e a forma adquirida, relacionada à exposição a príons infecciosos, como no caso de carne contaminada por encefalopatia espongiforme bovina (conhecida como "doença da vaca louca").  

“Infelizmente, não há formas definitivas de prevenção, mas evitar produtos de risco e seguir protocolos rigorosos em procedimentos médicos pode reduzir a exposição”, orienta Ítalo Pena.  

Fonte: Redação Terra Você
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