Médico explica riscos da pneumonia bilateral, que acomete o Papa Francisco: 'Resposta piora com a idade'
Ao Terra Agora desta quinta-feira, 20, o pneumologista Ricardo de Amorim Corrêa explicou a progressão da doença e os tratamentos adequados
O avanço da idade pode prejudicar a resposta do sistema imunológico a doenças infecciosas, como é o caso da pneumonia bilateral, que acomete o Papa Francisco, 88, explicou o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia Dr. Ricardo de Amorim Corrêa ao Terra Agora desta quinta-feira, 20.
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O Vaticano divulgou boletins médicos com atualizações sobre o quadro clínico do pontífice, confirmou o diagnóstico da doença no sistema respiratório e, mais recentemente, informou que Francisco apresentou 'leve melhora', apesar de continuar internado no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, na Itália.
Segundo Corrêa, os sintomas da pneumonia, como tosse, expectoração e falta de ar, pioram conforme a doença avança sobre o tecido pulmonar: "Há uma progressão de sintomas, que vão piorando à medida em que a doença vai disseminando para o outro pulmão".
"Se é uma pequena parte do pulmão, em geral, um indivíduo com uma resposta imunológica satisfatória vai superar isso com tranquilidade. Mas se ocupa muitas partes dos dois pulmões, coloca em risco a vida do paciente", destaca.
Outro fator determinante na progressão da doença é o avanço da idade do paciente. O médico afirma que a resposta imunológica se deteriora no organismo como um todo: "A pele perde a elasticidade, os olhos perdem a acuidade visual, com o tempo a gente fica mais suscetível a infecções. E no aparelho respiratório isso é muito claro".
O avanço da medicina colaborou para a mitigação da perda de capacidade do sistema imunológico do organismo, afirma Corrêa, que aponta para o desenvolvimento de vacinas como forma de prevenção.
Com relação ao tratamento, o médico destaca que depende da análise de secreções para determinar o agente responsável pela infecção. Antes disso, são administrados antibióticos, voltados a bactérias comuns, além de terapias de suporte, como a oxigenação. Em casos mais graves, a equipe médica considera a entubação do paciente.
"Esse é um espectro de cuidados e medidas a serem tomados nesse caso. O que parece é que o Papa não respondeu muito bem ao quadro inicial de bronquite e evoluiu para pneumonia bilateral", finalizou.
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