Médicos nigerianos suspendem greve para atender casos de ebola
Os médicos da Nigéria decidiram suspender a greve iniciada há cinco semanas para poder atender os crescentes casos de pacientes contaminados pelo vírus do ebola, que já causou duas vítimas mortais no país, anunciou nesta quinta-feira a Associação de Médicos da Nigéria (NMA).
A associação em questão confirmou esta decisão através de um comunicado emitido após uma reunião de urgência, realizada na noite de ontem, para abordar a situação do país em relação à proliferação do ebola.
Diante da gravidade da situação, as autoridades nigerianas tiveram que pedir a suspensão dessa greve, iniciada no último dia 1 de julho, para poder atender de maneira adequada os pacientes afetados pelo vírus.
Perante o aumento de casos de ebola no país, o ministro da Saúde da Nigéria, Onyebuchi Chukwu, descreveu a situação como uma "emergência nacional".
Embora a epidemia do ebola tenha afetado apenas Guiné, Libéria e Serra Leoa, as autoridades nigerianas confirmaram a primeira morte pelo vírus no país no último dia 25 de julho.
A vítima, Patrick Sawyer, um funcionário de nacionalidade americana que chegou à Nigéria vindo da Libéria, morreu em um hospital de Lagos poucos dias depois de ser internado.
Ontem, as autoridades nigerianas também informaram que uma enfermeira, que teria tido contado com o paciente americano, também morreu em consequência da doença.
Além disso, outras cinco pessoas que mantiveram contato com Sawyer também foram detectadas com ebola.
Por conta disso, a Nigéria, o país mais povoado da África, já começou a tomar medidas para conter uma possível proliferação do vírus, que já causou 932 mortes na África Ocidental nos últimos quatro meses, segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O ebola, transmitido através do contato direto com o sangue ou fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%.
Esta é a primeira vez que uma epidemia de ebola é identificada na África Ocidental, já que, até o momento, a doença havia se concentrado na África Central.