Menopausa precoce impossibilita gravidez natural
As ondas de calor, as alterações de humor e as dores de cabeça são os principais sintomas da menopausa, muito conhecidos das mulheres. Algumas delas, no entanto, podem apresentá-los bem antes da hora. Cerca de 1% a 3% das mulheres apresentam menopausa precoce, quadro que torna as chances de gravidez natural praticamente nulas. As técnicas de reprodução assistida, no entanto, têm as mesmas taxas de sucesso nessas mulheres.
A menopausa é caracterizada pela parada do funcionamento dos ovários - os óvulos não são mais produzidos e o nível de hormônios essenciais para a gravidez cai. O normal é que isso aconteça entre os 45 e os 55 anos. Ela é caracterizada como precoce quando acontece antes dos 40 anos, mas pode ocorrer desde a adolescência. A incidência, no entanto, aumenta com a idade - aos 30 anos, uma em cada mil mulheres apresenta o quadro.
Muitas das causas da menopausa precoce não são detectadas. Algumas doenças genéticas estão relacionadas, principalmente aquelas do cromossomo X, como a síndrome de Turner. As doenças autoimunes também podem provocar a doença, geralmente as associadas à tireoide, como a Tireoidite de Hashimoto. Não há consenso no meio médico se as cirurgias que danificam ou retiram parte do ovário também são causa de menopausa precoce.
O tabagismo também estaria relacionado ao problema. "O cigarro pode diminuir o tempo de funcionamento dos ovários. Algumas pessoas vão fumar e não vai acontecer nada, mas, em geral, pode haver um prejuízo", diz o ginecologista Edward Carrilho, da Clínica Engravida, de São Paulo.
Os sintomas da menopausa precoce são os mesmos da que acomete as mulheres após os 40 anos. "São os normais, mas não nessa idade. É isso que assusta as mulheres", afirma o médico. É comum também que elas apresentem dificuldades de ter relações sexuais, devido à secura vaginal, ou quadros depressivos.
A falência do ovário muito antes do tempo traz maiores riscos a essas mulheres. Elas teriam mais chances de desenvolver catarata ou osteoporose, por exemplo. Já o tratamento de reposição hormonal, ao ser iniciado mais cedo, poderia levar a maiores chances de desenvolvimento do câncer de mama.
Prevenção de fertilidade
Não há como impedir a menopausa precoce. É possível, no entanto, fazer um diagnóstico precoce, caso seja conhecido um histórico familiar ou uma doença relacionada. A mulher pode fazer exame de reserva ovariana, ultrassom e acompanhamento de ovulação. Também é importante fazer exames de detecção de doenças genéticas. "Se a pessoa não tem histórico, normalmente ela só procura o médico com o quadro de falência ovariana instalado. E esse é um quadro em que a gente não consegue estimular o ovário, então ela não consegue engravidar", diz Edward.
Se a mulher estiver ainda no quadro de insuficiência ovariana - isto é, não tiver entrado definitivamente na menopausa precoce -, é possível engravidar naturalmente, embora seja mais difícil.
Caso ela não queira engravidar no momento, mas tenha a intenção de fazê-lo no futuro, é possível se prevenir com o congelamento de embriões ou óvulos. Segundo o médico, o congelamento de embriões seria o mais indicado. "As técnicas de congelamento laboratorial melhoraram muito, mas o congelamento dos embriões ainda tem mais taxas de gravidez melhores", explica.
Quando o diagnóstico não é feito precocemente, há ainda a possibilidade da doação de óvulos. É feito antes o tratamento de reposição hormonal com medicação via oral para recuperar a dimensão do útero - que costuma ficar reduzido. "Por volta de dois a três meses, o útero já atingiu o tamanho normal e a taxa de gravidez é igual", conta o médico.
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