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Método barato para combater Aedes pode reduzir casos de zika

7 abr 2016 - 13h43
(atualizado em 8/4/2016 às 16h42)
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Um acessível método desenvolvido por um pesquisador mexicano para controlar a população do mosquito Aedes aegypti, que transmite vírus como o zika e a dengue, tem o potencial para ser uma eficaz ferramenta para deter a expansão das doenças.

Vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas / Vivo Mais Saudável

O método, que conta com financiamento do Canadá e consiste na colocação de "ovillantas" (armadilhas feitas de pneus usados que capturam os ovos depositados pelos mosquitos fêmeas), foi provado em uma remota zona de El Petén, na Guatemala, com resultados muito promissores, segundo o pesquisdor mexicano Gerardo Ulibarri.

Em um estudo revelado nesta quinta-feira, Ulibarri e seus dois colaboradores, Ángel Betanzos e Mireya Betanzos, do Instituto Nacional de Saúde Pública do México, indicaram que em um período de 10 meses recolheram e destruíram 18,1 mil ovos de Aedes por mês em sete bairros da cidade guatemalteca de Sayaxché.

Este número é praticamente sete vezes superior aos 2,7 mil ovos recolhidos mensalmente utilizando métodos tradicionais.

Além disso, o método das ovillantas desenvolvido pelo doutor Ulibarri, que é professor associado da Universidade Laurentian do Canadá, é um terço mais barato do que a destruição de larvas de mosquito em lagoas naturais e 20% mais barato do que utilizar pesticidas para destruir os insetos adultos.

Em declarações à Agência Efe, Ulibarri explicou que o método para coletar e destruir os ovos do Aedes é uma adaptação do desenvolvido na Universidade Laurentian para combater no país a expansão do vírus do Nilo Oeste que também é transmitido por mosquitos.

No caso do sistema idealizado por Ulibarri, a armadilha para capturar os mosquitos é feita de pneus usados porque "os aros dos pneus são 30% dos contêineres que os mosquitos Aedes elegem para se reproduzir. Além disso, há uma grande quantidade de pneus usados disponíveis na Guatemala e este uso os recicla".

O pneu é cortado pela metade e em cada semicírculo é instalada uma válvula.

O interior do aro do pneu é recheado com uma líquido desenvolvido pela Universidade Laurentian com feromônios para atrair os mosquitos fêmea, onde flutua um boia de papel ou madeira na qual se depositam os ovos.

Esse boia é retirado duas vezes por semana para analisar os ovos depositados e destrui-los. E o líquido é filtrado através da válvula instalada no pneu e voltado a depositar no interior da armadilha.

Os resultados obtidos por Ulibarri na cidade guatemalteca de Sayaxché são muito promissores, embora, como disseram tanto o próprio pesquisador como o doutor Peter Singer, diretor do organismo Grand Challenges Canadá (GCC) que financiou o projeto, também são preliminares e anedóticos.

"Durante o período que utilizamos as ovillantas, em Sayaxché não se ocorreu nenhum caso de dengue, enquanto nas localidades próximas, como La Liberdad ou Las Cruces, houve bastantes casos desta doença", declarou Ulibarri.

O especialista também afirmou que grande parte do sucesso do método é a reciclagem do líquido com feromônios que atrai os mosquitos fêmeas à armadilha.

"Em outras armadilhas similares, o líquido era desprezado cada vez que os ovos eram recolhidos. Mas ao reutilizá-lo, a solução é cada vez mais potente e sua capacidade para atrair mosquitos aumenta", disse o pesquisador mexicano.

O doutor Singer acredita que o método de Ulibarri tem um grande potencial para controlar a população do Aedes e ajudar a combater as doenças que transmite, como dengue e zika.

"O próximo passo -explicou- é que o método e os resultados sejam revisados por outros pesquisadores. A relação entre as ovillantas e a inexistência de casos de dengue em Sayaxché é por enquanto anedótica. Mas definitivamente é um sinal muito promissor".

"Agora estamos discutindo com o doutor Ulibarri sua experimentação em outros lugares. O GCC está muito interessado neste método", acrescentou Singer.

Ulibarri acrescentou que outras zonas do departamento guatemalteco de El Petén expressaram muito interesse em utilizar as ovillantas e que está planejando seu uso nas localidades de Las Cruces e La Liberdad, assim como em comunidades do sul do México.

EFE   
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