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Ministério da Saúde adia vacinações de caxumba e rubéola

Recomendação inclui adiamento de todas as vacinas de rotina, como as que previnem contra hepatite-A, meningite e pólio

24 mar 2020 - 05h11
(atualizado às 09h01)
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Para evitar o avanço do novo coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde orientou as secretarias locais que as vacinas de rotina, como as que previnem contra caxumba e rubéola, sejam adiadas até 15 de abril, quando acaba a primeira fase da campanha de vacinação antecipada contra a gripe. A medida tem como objetivo evitar aglomerações, descongestionar o sistema de saúde e diminuir o contato social de idosos.

Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lança novo calendário de vacinação de pacientes especiais entre os dias 4 e 7 de setembro
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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

A campanha de vacinação contra a gripe, inicialmente programada para 13 de abril, teve início nesta segunda-feira, 23. Além de proteger a população contra a própria influenza (gripe comum), a antecipação da campanha minimiza impactos sobre os serviços de saúde e facilita o diagnóstico da covid-19, que apresenta alguns sintomas similares à gripe comum.

No início da campanha, serão atendidos profissionais da saúde e idosos. Como os mais velhos têm maior risco de complicação caso sejam infectados pelo coronavírus, o Ministério passou a recomendar que, durante este período em que eles estarão nos postos para se imunizar contra a gripe, as vacinas de rotina da população sejam adiadas.

"A primeira fase da Campanha (de vacina contra a gripe comum), que se inicia em 23 de março, tem dentre os grupos prioritários a população a partir dos 60 anos de idade, que se trata de um grupo com maior risco de complicações e óbitos por doenças respiratórias, dentre elas a influenza e a COVID-19. Desta forma, considerando a necessidade de vacinação desse grupo e também o risco epidemiológico de transmissão do coronavírus, no intuito de evitar aglomerações, o Ministério da Saúde orienta que a vacinação de rotina(...) seja adiada", diz o documento com a orientação.

O texto, que é assinado pela coordenadora geral do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato, pelo diretor substituto do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis, Rodrigo Said, e pelo diretor do Programa de Saúde da Família, Lucas Wollmann, pede o adiamento, sobretudo, da vacinação das crianças, que classifica como importantes portadores assintomáticos e disseminadores de doenças respiratórias.

Já nos Estados com circulação ativa do vírus do sarampo e da febre amarela, a recomendação é para que as estratégias de vacinação dessas doenças sejam mantidas, mas que os processos de trabalho das equipes sejam planejados de modo a evitar aglomerações.

Procurado para detalhar a medida, o ministério não se manifestou até as 22 horas de segunda-feira, 23. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, uma decisão como essa não é fácil, mas o atual cenário de disseminação da covid-19 justifica a medida.

Para ele, um dos pontos centrais é evitar o contato entre crianças e idosos nos postos de saúde, tanto para evitar que os mais velhos se contaminem e tenham complicações quanto para impedir que os mais novos se contaminem e espalhem o coronavírus, já que as unidades de saúde são justamente o lugar onde pessoas com sintomas acabam indo. "Nao existe decisão ideal, não há fórmula mágica. Temos de tentar minimizar o risco de todos", diz Cunha.

Estadão
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