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Ministério da Saúde investiga suspeita de sarampo em cruzeiro com Wesley Safadão

Um dos maiores navios de cruzeiro a operar na costa brasileira, a embarcação trazia a bordo o cantor Wesley Safadão, que deu um show durante a viagem

19 fev 2019 - 14h25
(atualizado em 20/2/2019 às 00h07)
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SÃO PAULO - O Ministério da Saúde afirmou que o surto que atinge o transatlântico Seaview provavelmente é provocado por sarampo. Resultados de exames descartaram a possibilidade de ser rubéola, doença inicialmente cogitada pelas autoridades sanitárias. O Estado apurou que, de 16 amostras realizadas, 8 foram identificadas positivas como sarampo.

MSC Seaview é um dos maiores navios de cruzeiro a operar na costa brasileira
MSC Seaview é um dos maiores navios de cruzeiro a operar na costa brasileira
Foto: MSC Cruzeiros/Divulgação / Estadão

Diante da constatação, a recomendação é de que todos os passageiros do navio sejam vacinados contra a doença. O navio deve retornar para Santos amanhã, onde a imunização será realizada. O sarampo é uma doença extremamente contagiosa.

O Seaview é um dos maiores navios de cruzeiro a operar na costa brasileira. Estava a bordo do navio o cantor Wesley Safadão, que deu um show durante a viagem. A embarcação tem 22 andares, além de subpiso, e capacidade para 5.400 passageiros e para 1.500 tripulantes.

Os trabalhadores do navio começaram a apresentar sábado febre baixa, irritação nos olhos, nódulos no pescoço e nas proximidades da orelha. Um dos tripulantes deixou a embarcação e foi hospitalizado na Casa de Saúde em Santos, cidade no litoral paulista onde a embarcação se encontrava na ocasião.

Os demais tripulantes foram deixados de quarentena, mas a viagem prosseguiu. Hoje, o navio está em Santa Catarina

Tripulantes que tiveram contato com o grupo com suspeita da doença e os que não eram imunizados receberam vacina tríplice, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Amostras de sangue dos tripulantes foram enviadas para análise no Instituto Adolfo Lutz.

Entre o grupo de tripulantes em quarentena estão três brasileiros. Há também trabalhadores da Índia, África do Sul e Madagascar. A identificação dos casos no transatlântico não deve alterar a análise feita pela Organização Mundial da Saúde sobre a condição brasileira em relação ao sarampo.

O Brasil está prestes a perder o certificado de eliminação da doença, obtido há 3 anos. Para que tal decisão seja tomada, é preciso que se confirme casos da doença até dia 18 de fevereiro. Para autoridades sanitárias brasileiras, no entanto, os casos registrados no navio não devem ser levados em consideração. Isso porque o primeiro paciente com a infecção é de um tripulante das Ilhas Maurício. Não há casos suspeitos entre passageiros.

Liberação

Em nota, a MSC Cruzeiros informou que "um pequeno número de tripulantes do MSC Seaview apresentou possíveis sinais de rubéola ou sarampo". A empresa disse que trabalhou em estreita colaboração com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Depois de concluir todos os procedimentos de inspeção padrão, o navio recebeu a liberação da Anvisa para continuar sua viagem, seguindo o seu itinerário, e não houve impacto para os hóspedes."

Segundo a MSC, como medida de prevenção, toda a tripulação do navio foi vacinada. "Esta medida foi tomada para garantir a imunidade a bordo dos nossos navios e garantir viagens seguras para os nossos hóspedes e tripulação", informou. "Também alertamos proativamente todos os hóspedes a ficarem atentos a quaisquer sinais específicos de doença", disse a MSC.

A empresa informou ainda que nenhum hóspede apresentou sintomas de doença contagiosa e as operações do navio continuam funcionando normalmente.

Desinfecção

A Anvisa informou que vai coordenar ações sanitárias no navio. "Os profissionais da Anvisa atuarão em duas equipes, com foco no controle da doença e na desinfecção de ambientes", informou o órgão em nota no site, A agência vai verificar condições da embarcação, analisar a quantidade de atendimentos realizados no navio e as condições de saúde dos passageiros que passaram por consultas no local. A agência também vai acompanhar o plano de desinfecção das cabines.

Estadão
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