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Ministério da Saúde prevê que sistema público passará a ser mais exigido

Pasta vê 'fase de transição' do perfil dos pacientes e preocupação maior é com comunidades carentes

27 mar 2020 - 19h38
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BRASÍLIA - O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou nesta sexta-feira (27) que o Brasil vivencia uma "fase de transição" do perfil dos pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. "Nós alertávamos aqui que os primeiros casos eram de pessoas de um nível socioeconômicos melhor. Eram pessoas que estavam vindo de outros países", disse.

SUS precisa de investimento para atender pacientes com coronavírus
SUS precisa de investimento para atender pacientes com coronavírus
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil / Estadão

Os casos importados da doença não utilizavam, em grande parte, o Sistema Único de Saúde (SUS), indicou Gabbardo. Com a propagação da doença com a fase de transmissão comunitária, Gabbardo opina que o sistema será mais exigido. "Isso vai começar a forçar a resposta do atendimento na rede básica de saúde. Para isso, contratamos mais médicos, ampliamos horários de atendimentos e estamos antecipando nosso cronograma de vacina contra a Influenza", declarou.

O secretário falou ainda sobre a preocupação com as comunidades carentes. "A nossa grande preocupação são essas comunidades pelas dificuldades com saneamento, com acesso à água potável, a dificuldade de evitar as aglomerações", afirmou. Segundo ele, o governo estuda alternativas de deslocamento das pessoas em situação de vulnerabilidade para hotéis, hospitais de campanha e até navios de cruzeiro.

Hoje o novo coronavírus é responsável, segundo dados do Ministério, por 148 internações em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e 116 em enfermarias, em todo o País. Os casos confirmados chegam a 3.417 e 92 mortes registradas.

Mas, em relação aos insumos de prevenção e tratamento da doença, Gabbardo não admitiu falha por parte do governo na aquisição dos itens. Ele destacou que governo se antecipou à crise e citou a aquisição acumulada de mais de 22 milhões de máscaras.

"Quando começamos a adquirir (os materiais) a dificuldade no mercado nacional foi grande e nós tivemos que buscar isso em importações e elas estavam fechadas, a China não estava importando", justificou.

O secretário fez uma ressalva, contudo, para destacar que a distribuição dos materiais não será aleatória. Seguirá a avaliação da real necessidade de cada local. Ele citou ainda que o governo tem licitações prontas e importações encaminhadas para aquisição de unidades de respiradores, equipamento necessário para o tratamento de casos críticos da doença.

O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, informou que a FioCruz deve aumentar na próxima semana sua capacidade de realização de testes para a covid-19. De acordo com ele, a instituição fez compras com outros países de diferentes modalidades de exame.

Estadão
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