Ministério da Saúde quer recontar mortes por coronavírus
Na avaliação da cúpula da pasta, Estados e municípios estariam manipulando informações
O Ministério da Saúde quer recontar as mortes por covid-19 no País, sob o argumento de que haveria óbitos a mais, ocorridos por outras doenças, mas erroneamente registrados como coronavírus. Na avaliação da cúpula da pasta, Estados e municípios estariam manipulando informações para se beneficiarem de recursos do governo federal.
Até o momento, nenhum apontamento sobre esses supostos erros foi feito pelo ministério, que ainda não se posicionou oficialmente sobre o assunto. Ao contrário, há um entendimento de que o problema é inverso: milhares de mortos estariam sendo enterrados sem ter a causa da morte devidamente apurada, ou seja, o número total seria maior. O próprio Ministério da Saúde informava, até a última quinta-feira, 4, que havia mais de 4 mil mortes sendo investigadas, além daquelas já confirmadas. Esses dados já não constavam no balanço desta sexta-feira.
Depois de o Ministério da Saúde atrasar o horário de divulgação de dados do coronavírus e deixar de divulgar o número total de mortos e contaminados, o site do governo que traz os dados sobre a doença no País continua fora do ar.
Em uma rede social, o presidente Jair Bolsonaro disse que a pasta "adequou a divulgação dos dados sobre casos e mortes" para "maior precisão". O portal do Ministério da Saúde que divulga dados do coronavírus está fora do ar desde ontem.
Em sua conta do Twitter, Bolsonaro disse que o ministério optou pela divulgação às 22h para evitar "subnotificação e inconsistências" e que as rotinas e fluxos estão sendo "adequados" para garantir a "melhor extração" dos dados diários, o que demanda aguardar relatórios das secretarias estaduais e a checagem do dados. "A divulgação entre 17h e 19h, ainda havia risco de subnotificação. Os fluxos estão sendo padronizados e adequados para a melhor precisão", escreveu.