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Ministério quer uso emergencial da Coronavac, diz Pazuello

Ministro garantiu que conversas com Instituto Butantã são estritamente 'técnicas' e que todos estados receberão vacina simultaneamente

11 jan 2021 - 13h50
(atualizado às 13h52)
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Em Manaus, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta segunda-feira, 11, que o governo federal tem "todo o interesse" para que se conclua a análise do pedido de uso emergencial da vacina Coronavac contra o novo coronavírus. Ele garantiu que as conversas entre a pasta e o instituto são estritamente "técnicas" e que não entra no "outro assunto", de disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro.

Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello
09/06/2020
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello 09/06/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

De acordo com o ministro, a principal dificuldade encontrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a certificação de uso emergencial das doses importadas da vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantã em parceria com a chinesa Sinovac, está na falta de certificação do uso pelas autoridades sanitárias chinesas. Ele reforçou que todas as doses produzidas pelo instituto irão para o Ministério da Saúde.

Durante apresentação do Plano Estratégico de Enfrentamento à Covid-19, ele afirmou que a agência reguladora teve dificuldades em receber do Butantã toda a documentação pronta. Na última semana, a Anvisa cobrou do instituto informações complementares para a liberação do uso do imunizante. Segundo disse Doria nesta manhã em entrevista à rádio CNN, as informações foram repassadas pelo Butantã no fim de semana.

O ministro destacou que o Brasil tem 354 milhões de doses de vacinas garantidas, das quais são 210 milhões são do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford e outras 100 milhões são da Coronavac. "O sistema já existe e quando chegar a vacina será rapidamente entregue na ponta da linha. Todos os estados receberão simultaneamente as vacinas. Quando chegarem no País, estarão em até três ou quatro dias em todos os estados."

Sobre a aquisição de outras vacinas, o ministro disse que pretende comprar a vacina da Johnson & Johnson e afirmou estar negociando a compra de 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik e de doses da AstraZeneca produzidas na Índia. Contudo, o ministro ressaltou ser "pífia" a quantidade disponível no mercado dos imunizantes produzidos fora do Brasil.

Ministro reconhece que há falta de equipamentos e leitos de UTI em Manaus

No evento, o ministro também abordou o aumento de casos da covid-19 em Manaus e a sobrecarga do sistema de saúde. Em um mês, o número de sepultamentos na cidade triplicou.

Ele defendeu que é necessário reforçar o trabalho das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o reconheceu que a cidade passa por uma crise de falta de equipamentos de oxigênio e de leitos de UTIs. "Faremos o que for possível para ajudar neste sentido", declarou, sem trazer detalhes.

O prefeito de Manaus defendeu a união de forças de todas as esferas administrativas para combater a pandemia causada pelo coronavírus. "Infelizmente, Manaus é a única capital do País que ainda não possui uma gestão plena em Saúde. Temos que salvar vidas e pensar menos em política, mais gestão e menos política", frisou.

No domingo, 10, Manaus superou o número de mortes diárias em um único dia com o registro de 144 mortes. Em uma semana, desde o domingo passado, 3, a capital já contabilizou 838 sepultamentos.

De acordo com a prefeitura de Manaus, entre as 144 mortes deste domingo, 105 foram nos espaços gerenciados pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp). Não houve opção pelo serviço de cremação, assim como também não ocorreu o registro de óbito oriundo de outra cidade. Já nos cemitérios particulares, foram realizados 39 enterros.

O Comando Conjunto Amazônia realizou, no fim de semana, o translado de 350 cilindros de oxigênio, da cidade de Belém, no Pará, para Manaus, atendendo a pedido em caráter emergencial da Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Amazonas. Segundo o CMA, a carga de 24,5 toneladas suplementa a necessidade do insumo para manter o serviço de saúde em funcionamento, e aumenta o estoque nas unidades de saúde da capital amazonense.

O desembarque da primeira carga ocorreu na noite da última sexta-feira, 8 de janeiro, na Base Aérea de Manaus, Zona Sul da capital amazonense, e foi repassada à empresa "White Martins" que atende à demanda do Estado do Amazonas./COLABOROU DANIEL WETERMAN

Estadão
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