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Ministério toma calote de 15 mil respiradores importados

O Brasil tem quatro fábricas de respiradores; fora da pandemia, cada aparelho novo do tipo varia de R$ 50 mil a R$ 90 mil

29 abr 2020 - 18h56
(atualizado às 19h08)
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O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 29, que deve romper o contrato de mais de R$ 1 bilhão com empresa de Macau, na China, que não cumpriu com a entrega de 15 mil respiradores para combate a covid-19. O dinheiro não chegou a ser liberado pela pasta.

Ministro da Saúde. Nelson Teich 
16/04/2020
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Saúde. Nelson Teich 16/04/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Com o calote, o governo federal aposta na produção nacional de respiradores. O produto é essencial para atender casos graves de pacientes do novo coronavírus. A ideia é entregar cerca de 14.100 respiradores feitos no Brasil até julho.

O governo aguarda a entrega por três empresas: Intermed (4.300 unidade), Magnamed (6.500), KTK (3.300). Há expectativa de que a Leistung e a WEG também fabriquem o produto em parceria, segundo fontes do governo. A Leistung, inclusive, abriria mão da propriedade intelectual de seu produto para a fabricação.

Um cronograma apresentado pelo ministério nesta quarta, 29, mostra atrasos em entregas. Em abril estavam previstas 2.240 unidades, mas 273 foram distribuídos. O governo espera que cerca de 200 produtos sejam recebidos até o fim da semana.

A grande dificuldade tem sido encontrar peças para montar o respirador. Segundo integrantes do governo que acompanham a produção, os itens estão sendo comprados em grande esforço, que envolve inclusive poder de compra da Petrobrás.

O Brasil tem quatro fábricas de respiradores. Juntas, em tempos normais, elas produzem cerca de 10 mil unidades por ano.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tinha 65.411 respiradores em fevereiro, dos quais 46.663 estão disponíveis no SUS. Cerca de 3,6 mil desses aparelhos estavam fora de operação por problemas como falta de manutenção. Cada aparelho do tipo novo varia de R$ 50 mil a R$ 90 mil - fora da pandemia.

Estadão
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