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Minuto a minuto: como a bebida energética age no organismo

Energéticos afetam várias áreas do organismo; pesquisas indicam possíveis efeitos, afetando até a saúde mental

5 mar 2024 - 06h10
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Foto: Envato

Bastam alguns goles no meio de um dia cheio para que qualquer tarefa pareça menos cansativa. As bebidas energéticas, com sua composição potente, realmente ajudam a ficar mais alerta e ter mais atenção, mas o preço pode ser alto. Pesquisas indicam que os efeitos dessas substâncias no organismo são variados e nem sempre benéficos.

Recentemente, um estudo divulgado no Public Health Journal apontou que o consumo de bebidas energéticas, ricas em cafeína, taurina e açúcar, pode afetar seriamente a saúde mental de crianças e adolescentes, incluindo a ocorrência de pensamentos suicidas. 

Essa conclusão veio após a análise de 51 estudos anteriores, feitos com mais de 1,2 milhão de crianças. Ansiedade, dificuldades de aprendizagem, depressão e insônia foram alguns dos efeitos relatados. 

De acordo com a cardiologista e professora de Medicina da Universidade Positivo, Chiu Yun Yu Braga, “exagerar no consumo dessas bebidas pode causar dependência de cafeína e está associado a comportamentos de risco”.

Lance a lance

À medida que a cafeína, o açúcar e outros ingredientes, como a taurina, começam a surtir efeito no organismo, os consumidores podem experimentar diferentes sensações físicas. Além dessas mudanças perceptíveis, outros efeitos mais discretos também podem ocorrer.

Logo após a ingestão de um energético, nos primeiros dez minutos, já se nota, por exemplo, um aumento significativo da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. A especialista explica que “a alta dose de cafeína age como um estimulante no corpo, provocando a elevação da frequência cardíaca e da pressão”. 

Esse efeito tende a ser mais agudo em consumidores mais jovens. A cafeína pode estar presente nos energéticos em doses de até 150 mg. Segundo estudos, a dose segura de cafeína é de até 400 mg por dia.

Depois de 15 ou 20 minutos, a cafeína pode deixar as pessoas mais alertas e concentradas. No entanto, esse efeito é passageiro, visto que, aproximadamente uma hora depois, os níveis dessa substância caem de repente, o que pode levar a sensações de cansaço ou  mesmo exaustão. 

“O excesso de cafeína provoca uma resposta do fígado, que absorve todo o açúcar rapidamente, causando uma queda repentina nos níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, cansaço. Muitas vezes, esse cansaço pode ser ainda maior do que aquele que se pretendia evitar antes de consumir a bebida”, esclarece Chiu.

Por fim, o aumento súbito nos níveis de açúcar, cafeína e concentração proporcionado pelos energéticos pode ter consequências nocivas, mesmo muitas horas depois do consumo. Entre 12 e 24 horas mais tarde, o consumidor pode sentir dores de cabeça, irritabilidade e até mesmo prisão de ventre.

É possível manter uma relação saudável com os energéticos, desde que o consumo seja moderado. 

“Você pode consumir um energético eventualmente, quando precisa manter-se alerta por alguma razão específica. O importante é evitar o consumo rotineiro, que pode levar à dependência de cafeína. Uma vez dependente, o corpo exige doses cada vez maiores dessa substância, o que pode estar associado ao risco de arritmias cardíacas”, completa a cardiologista.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão. 

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