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Morte da fisioterapeuta em avião: como prevenir o problema

Embolia pulmonar é a grande complicação da trombose, problema comum durante longas viagens de avião

19 mar 2024 - 06h00
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Flávia Rezende, que morreu no avião
Flávia Rezende, que morreu no avião
Foto: Instagram / Reprodução

No último dia 12, a fisioterapeuta Flávia Rezende morreu enquanto voava para o Japão por conta de uma embolia pulmonar, problema comum durante longas viagens de avião. 

“A embolia pulmonar é a grande complicação de uma trombose venosa profunda, que é caracterizada pelo desenvolvimento de um coágulo sanguíneo no interior das veias das pernas devido à circulação inadequada. Em casos graves, esse coágulo se desprende da parede da veia e corre pela circulação até chegar ao pulmão, causando uma embolia pulmonar que pode resultar até mesmo em morte súbita”, alerta a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. 

“O problema é mais frequente durante viagens de avião porque permanecemos muito tempo parados e sem movimentar as panturrilhas, então a velocidade do sangue dentro dos vasos diminui, favorecendo o desenvolvimento de coágulos. Além disso, a pressurização da cabine e o ar-condicionado causam desidratação e, consequentemente, aumentam a viscosidade sanguínea”, explica a médica.

Síndrome da classe econômica

Esse problema é conhecido como trombose dos viajantes ou síndrome da classe econômica e pode acontecer mesmo horas após o voo, quando a pessoa já está no seu destino. 

“Por isso, durante viagens, existem alguns cuidados que deveriam ser hábitos rotineiros para todo viajante. Primeiramente, é indicado beber muito líquido e evitar bebidas alcoólicas durante o voo, para não desidratar. Medicações para dormir também não são aconselhadas, pois diminuem a mobilidade”, aconselha Aline, que afirma que a principal dica é andar pelos corredores a cada duas horas e movimentar suas pernas enquanto estiver sentado. 

“Existem alguns exercícios que podem ser feitos enquanto você está sentado para prevenir a trombose. Comece com os pés no chão e, em seguida, levante os calcanhares enquanto mantém as pontas dos pés no chão, permanecendo nessa posição por alguns minutos. Depois, coloque os calcanhares no chão e levante os dedos dos pés. Segure por alguns segundos e repita algumas vezes. Outro ótimo exercício consiste em traçar círculos com os pés por alguns segundos, mudando de direção de fora para dentro e de dentro para fora. Você também pode dobrar a perna abraçando os joelhos o mais próximo possível do peito. Permaneça assim por alguns minutos, sempre trocando de perna”, recomenda.

Sinais da trombose

Além desses cuidados, é importante prestar atenção aos sinais da trombose, que incluem dor na perna, principalmente na panturrilha, associada a inchaço persistente, calor, sensibilidade e vermelhidão. Mudança de cor na região e dificuldade de locomoção também podem indicar a presença de um coágulo sanguíneo nas pernas. 

“E a atenção com a doença deve ser redobrada por aqueles que possuem fatores individuais que agravam os riscos de trombose, como obesidade, tabagismo, uso de hormônios e pílulas anticoncepcionais, portadores de câncer, pessoas com maior predisposição a coagulação sanguínea, gestantes, idosos, deficientes físicos e portadores de varizes”, explica a médica. 

Caso o paciente tenha alguma das condições agravantes, o ideal é procurar um cirurgião vascular antes de viajar. “O médico poderá orientar sobre a necessidade do uso de meias elásticas durante o voo ou, em casos mais graves, anticoagulantes”, diz.

Por fim, caso você presencie os sinais característicos da trombose, o mais importante é que você procure tratamento médico o quanto antes para evitar que o problema evolua para uma embolia pulmonar, que possui como sintomas dor no peito, tosse, cansaço e falta súbita de respiração. 

“Geralmente, o tratamento da trombose inclui o uso de medicamentos anticoagulantes que vão ajudar na redução da viscosidade do sangue e na dissolução do coágulo, impedindo assim que ele cresça e avance para outras regiões, além de evitar a ocorrência de novos quadros de trombose. Os anticoagulantes também são usados no tratamento da embolia venosa. E, em casos mais graves, drogas para desfazer os coágulos e cirurgias para retirá-los também podem ser indicados”, finaliza Aline Lamaita.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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