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MP e conselhos regionais apuram conduta da Maternidade Santa Joana após morte de bebê

Segundo a mãe do menino, Marília Panontin, Davi morreu por negligência médica e o hospital ainda teria tentado fraudar o atestado de óbito

4 ago 2023 - 17h48
(atualizado às 18h42)
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Fachada do Hospital e Maternidade Santa Joana
Fachada do Hospital e Maternidade Santa Joana
Foto: Reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu um procedimento, através da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos (Saúde Pública), para apurar a conduta do Hospital e Maternidade Santa Joana na morte do bebê Davi, com apenas dois dias de vida. Segundo a mãe do menino, Marília Panontin, o bebê morreu por negligência médica e o hospital ainda teria tentado fraudar o atestado de óbito da criança.

Em nota, o MP disse que os conselhos regionais de Medicina e de Enfermagem também foram notificados para apurar a conduta dos profissionais envolvidos nas denúncias. Ao Terra, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que está investigando o caso de forma sigilosa.

"A apuração segue os prazos processuais previstos no Código de Processos Éticos-Profissionais do Conselho Federal de Medicina. Qualquer manifestação adicional por parte do Conselho poderá resultar na nulidade do processo", diz, em nota.

Já o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) afirmou que abriu sindicância para investigação da "eventual participação de profissionais de enfermagem" no óbito de bebê. O órgão também informou que a investigação ocorre em sigilo.

O Coren-SP disse ainda que, caso sejam constatados indícios de infração ética, será instaurado um processo ético-profisisonal. Os enfermeiros que estiverem envolvidos no caso poderão ser notificados para manifestar sua versão do fato.

"As penalidades previstas na Lei 5.905/73, em caso de confirmação da infração são: advertência, multa, censura, suspensão temporária do exercício profissional ou cassação do exercício profissional pelo Conselho Federal de Enfermagem", finaliza o órgão.

Entenda o caso

A médica Marília Panontin e o marido, o delegado Victor Melo, denunciaram o Hospital e Maternidade Santa Joana ao Ministério Público de São Paulo por negligência médica e por fraude ao atestado de óbito. A informação dada inicialmente para os pais era que a criança tinha morrido por causa de uma parada cardíaca.

A mãe, porém, diz que teve acesso aos prontuários médicos, nos quais estaria escrito que o bebê havia sofrido "engasgo e regurgitação", tendo aspirado "grande quantidade de secreção branca de aspecto leitoso".

Marília compartilhava momentos da gravidez em seu perfil no Instagram
Marília compartilhava momentos da gravidez em seu perfil no Instagram
Foto: Reprodução/Instagram

Davi morreu no dia 3 de julho, dois dias depois de nascido. Segundo a mãe, apesar de prematuro - o bebê era gêmeo e nasceu com 35 semanas de gestação, e o ideal é a partir de 37 -, ele veio ao mundo saudável. Ele e a irmã, Lara, foram levados para a UTI neonatal, onde deveriam ser monitorados e ganhar peso.

O hospital disse, por meio de nota, que não pode dar detalhes sobre o caso devido ao sigilo médico, mas que não detectou "descumprimento de protocolos assistenciais".

"O Hospital e Maternidade Santa Joana é uma Instituição séria e há mais de 75 anos se dedica à saúde materna e do neonato. Por questão de sigilo médico, esclarece que não pode compartilhar mais detalhes sobre o caso. A Instituição não detectou qualquer descumprimento de protocolos assistenciais e reitera que está à disposição das autoridades competentes para apuração cabal dos fatos", diz a nota completa.

Fonte: Redação Terra
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